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Comparada a 'Lost', série 'Manifest' estreia segunda temporada

Trama fala sobre os passageiros de um voo que desaparece por cinco anos

Por Mariane Morisawa
Atualização:

LOS ANGELES - Manifest – O Mistério do Voo 828 tem um enigma envolvendo um avião e a passagem do tempo e outros enigmas a respeito do que aconteceu nos cinco anos e meio em que os passageiros do voo 828 ficaram desaparecidos para o mundo. 

Cena da série 'Manifest - O Mistério do Voo 828' Foto: Globoplay

Não à toa, a série, que estreia sua segunda temporada no Brasil nesta sexta-feira, 24, no serviço de streaming Globoplay, foi comparada a Lost, que terminou há dez anos. Mas, ao contrário dos criadores da sua predecessora, que não sabiam quantos episódios teriam, Jeff Rake, que está por trás de Manifest, garante ter um mapa para um arco com seis temporadas. “Desde que vendi a ideia, sabia como ia ser”, disse o criador e produtor durante evento da Associação de Críticos de Televisão, em Pasadena, na Califórnia.  E isso incluía muitas reviravoltas, surpresas e uma sensação de perigo iminente para os personagens. “Nossos episódios focam muito no tema da redenção e das segundas chances, e eu achei que seria interessante ter o tique-taque do relógio, porque isso aumentaria os riscos para nossos heróis enquanto eles descobrem o preço da redenção, o que significa ter uma segunda chance, quais são as consequências quando seu tempo é limitado para se reinventar.”  Obviamente isso também faz com que os episódios isoladamente sejam mais empolgantes. Afinal, se depender da visão de Cal Stone (Jack Messina), todos vão morrer em 24 de junho de 2024, exatamente cinco anos e meio depois de sua volta – os sobreviventes voltaram com habilidades especiais, como capacidade de prever o futuro. Os outros personagens, como o pai de Cal, Ben (Josh Dallas), sua tia Michaela (Melissa Roxburgh), e Saanvi Bahl (Parveen Kaur), que faz pesquisa médica, tentam enquanto isso descobrir o mistério em torno do voo 828. “Nós vamos descascando a cebola”, afirmou Rake. “Ao fim da primeira temporada, havíamos feito uma ou duas descobertas importantes. O final da segunda vai trazer mais respostas. Queremos entregar o suficiente para os espectadores, bem como os personagens, sentirem que está havendo progresso.” Mas a atriz Melissa Roxburgh contou ao Estadão que os atores evitam especular sobre o que de fato está acontecendo. “A maioria de nós está ali pela jornada”, contou. “Discutimos algumas coisas com Jeff, quando dúvidas aparecem no roteiro, mas em geral nós vamos de episódio em episódio.” Além de tratar do mistério do voo 828, os personagens precisam lidar com os problemas deixados por eles antes do embarque ou criados pelo tempo que estiveram ausentes. Cal, por exemplo, luta contra um câncer. Sua irmã gêmea, Olive (Luna Blaise), agora é uma adolescente, enquanto ele continua criança. Ben e sua mulher Grace (Athena Karkanis) tentam salvar o casamento. Michaela descobriu que o noivo Jared (J.R. Ramirez) tinha casado com sua melhor amiga, Lourdes (Victoria Cartagena), e agora está envolvida num triângulo amoroso com o ex e Zeke (Matt Long), que ficou preso por um ano numa caverna e voltou à vida em circunstâncias similares às dos sobreviventes do voo. “A relação de Michaela com os dois sempre foi parte integral da história”, informou Rake. “Ela, desde o princípio, ia ficar intrigada com a ideia de um indivíduo que não tinha passado pela experiência do avião, mas tinha uma jornada paralela à dela.”  Para Roxburgh, o segredo do apelo de Manifest é esse. “É um bom mistério com dinâmica familiar, romance, perdas e corações partidos. Acho que Jeff Rake fez um bom trabalho em equilibrar os vários aspectos da série.” Houve quem enxergasse implicações teológicas na série, inclusive no número do voo, que seria uma alusão a Romanos 8:28. “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam Deus, daqueles que são chamados segundo o projeto dele.” Afinal, os passageiros recebem sinais, e o mantra da série é “Tudo está conectado”.  Segundo o criador, essas pessoas não estão erradas em ver discussões religiosas em Manifest. “Desde o primeiro episódio contrapusemos a fé à ciência”, disse Rake. “Essa é uma experiência que pode ser explicada pela ciência, pelas leis da física? Ou é um evento extraterrestre? Há algum tipo de intervenção divina acontecendo aqui? Esses questionamentos vão continuar. Porque, para mim, é um tema da vida. E eu garanto que vamos responder objetivamente no final da série”, acrescentou.

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