E aconteceu de novo. Espetaculoso, teatral, gregário, o Iron Maiden veio para entregar o que os fãs esperavam. Ancorados pelo novo álbum, o muito bem recebido Senjutsu, um monumento de mais de 80 minutos de duração, a maior banda de metal em atividade fez a pista do Palco Mundo ficar estática ao menos por todo o tempo que durou a abertura, com Senjutsu (um nome que, em japonês, significa tática).
Por muitos instantes era como se o palco fosse um videogame gigante, e como se o próprio vocalista Bruce Dickinson fosse personagem de um jogo. Um guerreiro enorme, uma encarnação da múmia Ed, passava por trás dos músicos enquanto eles tocavam Stratego. Bruce não parava por nenhum segundo. Vieram The Writing on the Wall, também do disco novo, e mais Revelations, Blood Brothers, Sign of the Cross, Flight of Icarus, Fear of the Dark, Hallowed Be Thy Name, The Number of the Beast, The Trooper. Só torpedos.
O show tem uma pausa rápida para troca de cenário, e tudo volta nas alturas. O que foi divulgado sobre o fato de a banda tocar antes do Dream Theater, e não no fechamento da noite, diz respeito à idade dos integrantes, a maioria deles na casa dos 70 anos. Mas a performance, incluindo o vocal de Bruce, nunca parece ser afetada por isso. Depois de quase duas horas de show, The Number Of The Beast volta a incendiar a Cidade do Rock.