Enquanto houver pistas indie no mundo, e enquanto houver um coração partido de quem cresceu nelas nos anos 2000, Mr. Brightside vai tocar, e todos ali, dançando ou sofrendo, vão cantar a letra do início ao fim, duas vezes – é o que parece, 13 anos depois, 11 dos quais a música do Killers passou no Top 100 do Reino Unido.
“Nós tivemos conversas do tipo, ‘Deus, eu acho que nossas canções são melhores do que Mr. Brightside, mas por que é isso que todos estão ouvindo?”, revelou recentemente um membro do Strokes – não sem razão.
Mas a letra dos Killers, básica e generalista, tem talvez justamente por isso um alcance atemporal.
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“Começou com um beijo / como é que foi terminar assim.” O início saudoso de um relacionamento fracassado. “Ela toca o peito dele / agora, ele tira o vestido dela (...) / eu não posso olhar.” Ela agora está com outro cara, e, bem, melhor não olhar.
“O destino me chama (...) / porque eu sou o Sr. Lado Bom.” Ah, a vida é isso aí, vamos continuar dançando.
E – preste atenção – começa de novo.
Isso serve para os “consumidores” do indie rock em qualquer parte do mundo.
E em qualquer ano deste século 21, aparentemente.