Penguin Random House assume controle da Companhia das Letras

Dono de 45% da editora brasileira desde 2012, o maior grupo editorial do mundo fica, agora, com 70% da casa fundada por Luiz Schwarcz em 1986

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Por Maria Fernanda Rodrigues
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Maior grupo editorial do mundo, a Penguin Random House assume o controle majoritário do grupo Companhia das Letras. Ela possuía 45% da empresa desde 2012 – e, por contrato, tinha a opção de compra em 2016 e adiada, depois, para 2018. Com as mudanças anunciadas nesta terça, 30, ela passa a ter 70% da casa fundada por Luiz Schwarcz em 1986, que diminui sua participação de 36,5% para 30%. A família Moreira Salles, dona de 18,5% da editora, deixa o negócio.

Luiz Schwarcz fundou a Companhia das Letras, hoje do grupo Penguin Random House, em 1986 Foto: JB Neto/Estadão

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A movimentação já era prevista e estava sendo conversada desde o início do ano. “O fato de a Penguin Random House querer manter a opção de compra da editora na situação que o Brasil está vivendo é inacreditável. Um sinal de otimismo”, diz Schwarcz, que segue como CEO do grupo. Lilia Schwarcz também permanece como diretora.

A situação citada pelo editor diz respeito, também, à pior crise vivida pelo mercado editorial brasileiro, que está em recessão e caminhando para fechar no vermelho o ano mais crítico de sua história – na semana passada, a Livraria Cultura entrou com pedido de recuperação judicial e, na segunda-feira, 29, a Saraiva anunciou o fechamento de 20 lojas no País. As duas redes vêm atrasando o pagamento de seus fornecedores há mais de um ano.

“Apesar disso, eles continuam acreditando que vale a pena investir no Brasil, que educação e literatura têm futuro. Confiam na gente”, diz Schwarcz. 

Do ponto de vista editorial não muda nada, garante. Até porque a editora já mudou muito: hoje, são 16 selos com livros para todos os leitores. Ele tampouco espera, por iniciativa do grupo estrangeiro, corte de produção e de pessoal – se isso voltar a ocorrer, como tem ocorrido no mercado, será pela própria crise do setor. As mudanças serão nas áreas administrativas e tecnológicas – para estar de acordo com os sistemas da matriz. 

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