O ex-curador do Prêmio Jabuti José Luiz Goldfarb, 61, foi acusado de racismo contra Sara Cristina Trajano da Silva, 24, durante um evento da Flip 2018, nessa sexta, 27. Ele, que é diretor da Educ, da PUC-SP, confirma o desentendimento com a funcionária da editora Patuá, mas afirma não ter havido racismo em sua fala.
+Na Flip, portuguesa Isabela Figueiredo revolve seu passado colonial

+Babel Book Award foi desde o início performance artística
Durante um dos eventos da Casa do Desejo, uma das residências onde ocorre a programação paralela da Flip em 2018, Goldfarb teria discutido com Sara por conta da posição de uma mesa de debates, que ele queria transferir para o lado externo da casa. De acordo com entrevista da secretária da Patuá ao jornal O Globo, ele teria afirmado que "é por causa de pessoas como você, da cor morena, que o mundo está assim".
Sara não quis falar ao Estado, mas Eduardo Lacerda, editor da Patuá, que lidera a Casa do Desejo, confirmou todo o incidente à reportagem e afirmou que pediu a Goldfarb para "não aparecer mais na casa".
Goldfarb alega que não se referiu a Sara em termos racistas. "Disse a ela que não esperava uma atitude tão autoritária dela. E o que falei foi que as pessoas progressistas com atitudes autoritárias estão deixando o mundo do jeito que está", afirmou ao Globo.
A Flip divulgou uma nota oficial de repúdio em relação ao fato: "A Flip repudia todo e qualquer ato de violência, racismo e discriminação e, diante do fato, recomendou aos organizadores da Casa do Desejo que peçam a substituição do representante da editora da PUC-SP em seu espaço. A organização da Festa Literária seguirá no acompanhamento do caso nos próximos dias."
Sara realizou boletim de ocorrência na 167ª Delegacia de Polícia de Paraty. / Colaborou Guilherme Sobota