'O Monstro da Lagoa Negra' e 'Todo o Dinheiro do Mundo' estão entre as estreias da semana

Confira informações sobre os filmes que entram em cartaz no Brasil nesta quinta-feira, 1º

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Por Redação
Atualização:

Luiz Zanin Oricchio - Com a estreia do favorito ao Oscar, A Forma da Água, ganha grande interesse o relançamento do filme que o inspirou, O Monstro da Lagoa Negra (1954), de Jack Arnold. 

Claro, não vale ver para estabelecer comparações entre os dois, mesmo porque os efeitos especiais evoluíram demais nos mais de 60 anos que separam uma obra da outra. Mas, com olhos mais generosos, e sem tanto fetiche tecnológico, podemos curtir o que há de original e encantador neste velho filme em preto e branco programado pelo Instituto Moreira Salles. 

Monstro da Lagoa Negra. Sensualidade Foto: UNIVERSAL PICTURES

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A história tem tudo a ver com o Brasil, pois a Lagoa Negra se encontra na Amazônia. Um arqueólogo encontra a ossada da mão de uma espécie humanoide não identificada. Volta aos Estados Unidos e prepara uma expedição para tentar encontrar o esqueleto inteiro. 

O espectador é então conduzido a uma trama de aventura bastante interessante. Claro que existem no barco os conflitos de sempre. Há o interesse científico em descobrir uma nova espécie convivendo com a cobiça de explorar o espécime como atração circense e ganhar dinheiro e fama. 

Mas há, sobretudo, a relação entre o “monstro” e a mocinha, Kay, interpretada pela bela Julie Adams. Em A Forma da Água, o diretor Guillermo del Toro radicaliza a relação entre os dois. Mas, no filme de 1954, a paixão da criatura pela mocinha já é explícita. A sequência mais bonita – e também a mais tensa – é quando a garota sai do barco para nadar na lagoa e é acompanhada, sob a superfície, por um fascinado ser anfíbio alguns metros abaixo da água. 

Não é o único momento de encanto deste belo filme. Arnold reinou durante os anos 1950 como mestre da ficção científica – é dele a obra-prima do gênero, O Incrível Homem Que Encolheu (1957). No entanto, Arnold jamais viu a cor de um Oscar. Foi indicado pela Academia uma única vez, e por um documentário, With These Hands (1950). Caso A Forma da Água vença mesmo no dia 4 de março, será uma justiça poética para Jack Arnold. 

O Monstro da Lagoa Negra / The Creature From the Black Lagoon. IMS (Avenida Paulista, 2.424, tel. 2842-9120). Sáb. (3), 21h: dias 8 e 10, 22h; dia 18, 19h. R$ 30. Exibição em 3D. 

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A Forma da Água

Com suas 13 indicações ao Oscar, A Forma da Água, de Guillermo del Toro, surge como favorito aos principais prêmios, a serem conhecidos dia 4 de março. Merece? A resposta depende de cada espectador. Mas se uma coisa se pode dizer é que o filme é encantador. Mix de cinema fantástico e love story, fala do relacionamento entre uma faxineira muda (Sally Hawkins) e um ser anfíbio (Doug Jones), mantido em cativeiro num laboratório. Del Toro ambienta a história durante época da Guerra Fria, fala do lado criminoso da paranoia americana e, como sempre, mostra afeto para com os diferentes e as minorias. / L.Z.O.

A Forma da Água. / The Shape Of The Water. (EUA/2017, 103 min.)Dir. Guillermo Del Toro. Com Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins.

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Paddington 2

Adotado pela família Brown e pela comunidade de Windsor Gardens, o adorável ursinho Paddington procura um presente inesquecível para dar à tia Lucy, em seu aniversário de 100 anos. Procura de cá e de lá, ele encontra um livro único na loja de antiguidades do senhor Gruber. Mas para conseguir comprá-lo, o bichinho fofo, que espalha alegria por onde passar, tem que enfrentar trabalhos bizarros. E tudo se complica quando o livro tão especial é roubado e Paddington e os Browns farão de tudo para achar o ladrão. As Aventuras de Paddington 2 tem tudo para agradar às crianças e aos adultos. Paddington 2. (Reino Unido-França/2017, 103 min.)Dir. Paul King. Com Hugh Bonneville, Sally Hawkins, Hugh Grant, Samuel Joslin

A Repartição do Tempo

Inspirado em grandes clássicos da ficção, como De Volta para o Futuro e Feitiço do Tempo, Santiago Dellape situa a trama de seu longa A Repartição do Tempo no Brasil, mais exatamente em Brasília. Nesta comédia crítica e criativa, tudo se passa em um departamento de registros de patentes cheio de invenções malucas. São os anos 1980 e no País imerso na vasta burocracia um chefe de repartição usa uma máquina do tempo para aumentar o número de funcionários e a produtividade da seção. E não é só isso, esses funcionários são escravizados e ficam à mercê de um insano superior hierárquico. 

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A Repartição do Tempo (Brasil/2016, 100 min.)Dir. Santiago Dellape. Com Dedé Santana, Eucir de Souza, Edu Moraes, Bianca Müller, André Deca.

Todo o Dinheiro do Mundo

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Com o filme já pronto, Ridley Scott resolveu expurgar de Todo o Dinheiro do Mundo o ator Kevin Spacey, acusado de assédio. Foi substituído por Christopher Plummer no papel do miliardário Paul Getty. Resultado: quem vê o filme acha difícil imaginar outro ator que não Plummer fazendo o papel. A história é sobre o dinheiro e o vazio da riqueza buscada como fim em si. O neto de Getty é sequestrado em 1973 na Itália e o avô recusa-se a pagar o resgate. Bom thriller, com a mãe do rapaz (Michelle Williams) fazendo de tudo para salvar o filho. Plummer está indicado para o Oscar de coadjuvante. / L.Z.O. 

Todo o Dinheiro do Mundo. /All The Money In The World (EUA/2017, 133 min.) Dir. Ridley Scott. Com Michelle Williams, Christopher Plumme

The Post - A Guerra Secreta

Com duas indicações ao Oscar (filme e atriz, para Meryl Streep), The Post: a Guerra Secreta, é muito importante para a atualidade. No momento em que Trump hostiliza a imprensa, fala do episódio histórico em que um jornal enfrentou os poderosos para contar a verdade a seus leitores. /L.Z.O. 

The Post – A Guerra Secreta. / The Post (EUA/2017, 115 min.)Dir. Steven Spielberg. Com Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson.

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Com Amor, Van Gogh

Desenho animado “para adultos’, Com Amor Van Gogh, de Dorota Kobiela, é lindo. Usa o estilo do pintor holandês para contar sua trágica história na França, seu relacionamento com o irmão Theo e com seu médico, o Doutor Gachet, imortalizado em suas telas. Concorre a melhor animação. /L.Z.O 

Com Amor, Van Gogh. / Loving Vincent(R. Unido- Polônia/2017, 95 min.) Dir. Dorota Kobiela e Hugh Welchman. Com Douglas Booth

The Square

O sueco The Square: a Arte da Discórdia, de Ruben Östlund, é título forte na disputa de melhor filme estrangeiro. Trata da impostura de certo tipo de arte, mas vai além. Sugere que, sob determinadas circunstâncias, mesmo pessoas cultivadas podem se comportar como trogloditas. /L.Z.O.

The Square – A Arte da Discórdia / The Square (Suécia-Alemanha-Dinamarca-França/2017, 142 min.)Dir. Ruben Östlund. Com Claes Bang.

Visages, Villages

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Se houvesse lógica, Visages, Villages ganharia fácil a estatueta de melhor documentário. Sua autora, Agnès Varda (em codireção com o fotógrafo JR), percorre o interior da França em busca da originalidade das pequenas cidades e das pessoas que lá moram. Comovente e original, uma maravilha. /L.Z.O.

Visages, Villages(França/2016, 89 min.) Dir. Agnès Varda e JR.

Extraordinário

Extraordinário, de Stephen Chbosky, leva as plateias às lágrimas com sua história de superação. Seu protagonista é Auggie Pullman (Jacob Tremblay), garoto que nasce com deformidade facial que o obriga a ser submetido a uma série de 27 cirurgias plásticas. Concorre a maquiagem e penteados. Extraordinário / Wonder (Estados Unidos/2017, 113 min.) Dir. Stephen Chbosky. Com Julia Roberts, Jacob Tremblay.

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