Juíza decide que museu pode ficar com Picasso vendido por judeu durante fuga do nazismo

Decisão afirma que antigo dono da pintura 'O Ator' não conseguiu provar que vendeu a obra sob 'coação'

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK — Uma juíza dos Estados Unidos rejeitou, na quarta-feira, 7, um processo que pedia que o Metropolitan Museum of Art (Met), de Nova York, devolvesse uma obra-prima de Pablo Picasso que um empresário judeu alemão foi supostamente obrigado a vender por um preço baixo para financiar sua fuga dos nazistas e do fascismo.

A juíza Loretta Preska de Manhattan disse que a familiar de Paul Leffmann, antigo dono da pintura O Ator, de Picasso, não conseguiu provar, de acordo com as leis de Nova York, que Leffmann vendeu a obra sob “coação”, justificando sua devolução à família.

Fachada do Met Museum, em Nova York Foto: Lucia Guimarães/Estadão

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Como alternativa, Laurel Zuckerman, que supervisiona o espólio da esposa de Leffmann, Alice, pediu mais de 100 milhões de dólares de indenização por O Ator, do chamado período rosa de Picasso, de 1904 e 1905.

“Nossa cliente está muito decepcionada com a decisão e pretende recorrer”, disse Lawrence Kaye, advogado de Laurel, em email.

Em comunicado, o museu disse que a decisão confirmou que a entidade é a “proprietária legítima” do quadro, acrescentando que “analisa todas as reivindicações da era nazista minuciosa e responsavelmente” e que já devolveu objetos que pareciam ter sido mal adquiridos.

Muitos processos tentam reaver obras de arte tomadas ou vendidas depois que Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha em 1933.

Laurel disse que os Leffmanns fugiram da Alemanha para a Itália em 1937, e que Paul Leffmann vendeu O Ator no ano seguinte a dois negociadores de arte por 12 mil dólares para poder fugir do regime fascista de Benito Mussolini, aliado de Hitler, para a Suíça.

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