Algumas pessoas estão dizendo que esse é o melhor disco do Pearl Jam desde o Yield e sinceramente eu não consigo ainda ranquear ele entre as demais obras da banda. Eu lembro que quando eles lançaram Lightning Bolt, em 2013, muitos também disseram que era um retorno à boa forma. O tempo dirá.
De qualquer jeito, é o primeiro conjunto de canções em sete anos e eles realmente saíram da zona de conforto. O primeiro single Dance of the Clairvoyants foi recebido com um sentimento misto. Eu mesmo achei que parecia que eles estavam chegando atrasados na onda da sonoridade indie rock e já não tinha mais ninguém ali. No conjunto do álbum o single cresce.
Mas não foi só na sonoridade que a banda ousou. A divulgação de Gigaton começou com painéis ao redor do mundo para confirmar o lançamento. Depois veio o anúncio de uma grande turnê, adiada por causa dos efeitos do novo coronavírus. O segundo single Superblood Wolfmoon veio junto de um aplicativo que tocava a música quando você apontava o celular para a lua.
Eddie Vedder, Stone Gossard, Jeff Ament, Mike McCready e Matt Cameron queriam fazer um alerta importante para as mudanças climáticas, mas foram atropelados pela covid-19. Até Greta Thunbeg está em quarentena com sintomas da doença. A verdade é que o cornavírus vai passar e a questão ambiental vai seguir relevante.
Mas e o disco? Ele não está entre os melhores da banda - Ten, Vs., Vitalogy e Yield podem entrar em qualquer grande lista de melhores da história, não é o caso de Gigaton. Ainda assim, esse é um álbum coeso e daqueles que vai gerar músicas para os novos shows sem que os fãs suspirem descontentes: "ah, não, acho que vou aproveitar para pegar uma cerveja". Mais do que isso, é o melhor que eles podem fazer hoje e isso já é muito bom.
https://open.spotify.com/album/5bTixyz2GHx1YUqNUdzfut