'Watchmen não é sobre heróis e vilões, mas sobre nossa política', explica Damon Lindelof

O diretor, que assume o comando de 'Watchmen', nova série da HBO, usa a ficção para narrar os fatos que acontecem no mundo real

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Por Mariane Morisawa
Atualização:
O diretor Damon Lindelof durante a premiere de 'Watchmen', nova série da HBO Foto: Chris Delmas/ AFP

Watchmen, celebrada graphic novel dos anos 1980 da DC, volta agora remodelada - e em formato de série -, para as telas do canal pago HBO. A estreia mundial, já marcada para o próximo domingo, 20, deve apresentar aos telespectadores algo diferente daquilo que pode ser visto no filme de Zack Snyder, que levou para as telas uma adaptação dos quadrinhos.

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Já com Damon Lindelof, a história é diferente. Buscando dar novos ares ao enredo já conhecido pelos fãs, o diretor norte-americano deve levar às telas uma continuação a história, que vai soar ao público mais atual e tangente. Em entrevista ao Estado, Lindelof deu mais alguns detalhes sobre a aguardada produção.

Mariane Morisawa - Vou insistir no ponto de como você altera a equação das relações raciais nos Estados Unidos, em que os policiais defendem os negros contra os supremacistas brancos. Entendo que você quer falar do racismo presente nas instituições americanas, mas achei confuso o que você está querendo dizer, porque não é um mundo que reconheço. 

Damon Lindelof - Definitivamente não é um mundo que você deveria reconhecer. Estamos usando história alternativa, ficção científica, ficção popular como veículo para temas que prevalecem no mundo real. Se você acha que a polícia vai ser mostrada como heroica, acredito que a resposta será provavelmente não. Porque Watchmen nunca foi sobre quem são os heróis e quem são os vilões, mas, sim, um exame das nossas instituições, da nossa cultura, da nossa política. 

Teme que Rorschach vire um símbolo na vida real também?

Não falamos sobre isso. Mas tentamos lidar com o assunto de forma responsável, sabendo que é volátil e radioativo. Aproveitamos isso para falar de apropriação. Porque Rorschach está morto e não pode dizer que essas pessoas entenderam tudo errado. / M.M.

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