TV5 terá mais produções brasileiras em março

Companheiro de pelada de Chico Buarque e Edu Lobo, diretor do canal vem ao País em busca de projetos

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Por João Fernando
Atualização:

RIO - Se antes os franceses que vinham ao País estavam interessados em descobrir o que os brasileiros são capazes de criar, misturando cachaça com limão, agora querem saber o que os tupiniquins fazem na TV. Desde que a Ancine determinou que canais estrangeiros da TV paga precisavam cumprir cota de programação nacional, as emissoras começaram a busca. De olho na produção daqui, Yves Bigot, diretor-geral do canal TV5 Monde, veio ao Rio e a São Paulo escolher atrações criadas aqui. 

“Falamos com a Globo e vi o trabalho da TV Brasil e TV Cultura. Temos uma linha editorial de canais públicos e culturais, que são do mesmo nível que o daqui”, explica o executivo, que esteve nesta quarta-feira, 25, na feira de mercado de TV Rio Content Market. 

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Em março, a emissora francófona vai passar de 1 hora e 10 minutos para 2 horas e 20 minutos de programas nacionais. O plano é ganhar mais tempo em 2016. Com mais de 200 milhões de espectadores em 200 países, sendo quase 2 milhões de lares no Brasil, a TV5 é financiada por instituições públicas da França, Bélgica, Suíça e do Canadá. Por isso, houve preocupação da direção ao descobrir que teria trabalho extra no Brasil. 

“É caro não só comprar novos programas, mas também a capacidade de difusão do satélite, das operadoras e o custo de pôr legendas em francês. Se outros países resolverem fazer o mesmo, seria impossível, financeiramente”, disse ao Estado. O canal, que antes transmitia um sinal para toda a América Latina, criou outro exclusivo para o Brasil, onde 50% da programação é legendada.

Por outro lado, os programas exibidos aqui – por enquanto, somente o Impressões do Brasil – também podem ser transmitidos em outros países. “Há uma relação história do Brasil com a França e é um país com uma magia. Não poderíamos abandoná-lo”, conta.

Apesar de a audiência da TV5 no País ter apenas 20% de expatriados de nações cujo francês é a idioma oficial, a direção faz questão de legendas para eles nas produções em português. 

Por causa do aumento dos custos no Brasil, e emissora deve inserir publicidade na programação. Porém, esbarra em outro problema. “Se uma marca lança uma campanha aqui, ela tem de ter aquele produto em outros países, pois a pessoa que assistiu aqui, vai querer comprar aquilo no país dela”, avalia. 

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Bigot quer convencer empresas brasileiras a anunciar também no exterior. “Há novos mercados. Queremos os grandes, como a Petrobrás.” Ao ser lembrado de que a companhia enfrenta escândalo de corrupção, sugere. “Eles poderiam fazer publicidade para tentar melhorar a imagem”, brinca. 

O contato com a cultura nacional são os amigos artistas. “Joguei futebol com Chico Buarque e Edu Lobo. Mas quem joga bem é o Vinicius Cantuária. Conheci Maria Bethânia e Caetano, mas meu amigo é o Alceu Valença.”

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