A novela Negócio da China acabou ontem. Apesar da péssima audiência que a trama da Globo apresentou na faixa das 6h e de ter tido sua duração encurtada, algo se salvou. Para o Yahoo, por exemplo, valeu pelo retorno às paradas de sucesso.
Sim, é a banda com nome de portal de internet, que fez grande sucesso do final dos anos 1980 até a metade da década passada. Que em toda santa novela da TV Globo vinha com uma versão em português de alguma balada roqueira, daquelas de acender isqueiro no escuro.
Love Bites
, do Def Leppard, virou o hit
Mordidas de Amor
("quando faz amooooor"), tema de
Bebê a Bordo
(1988).
Angel
, do Aerosmith, ficou
Anjo
, de
O Sexo dos Anjos
(1989).
Delicious
e
Pra Você Voltar
entraram em
O Salvador da Pátria
(1989);
Caminhos de Sol
apareceu em
A Viagem
(1994). Fora outras...
"Devemos ter uma dez músicas em novelas. Lançamos 7 discos e cada um sempre emplacava uma música, às vezes duas. Lembrar o nome de todas que fizemos é complicado...", ri Marcelo Faria, o Marcelão, baterista da banda.
O Yahoo voltou no ano passado. Os 20 anos do grupo renderam um CD e DVD ao vivo - de versões, lógico. Uma delas, para variar, foi parar no Projac: De Volta Para o Amor, do filme
Letra & Música,
embalou o romance de Lívia (Grazi Massafera) e do portuga João (Ricardo Pereira) em
Negócio da China.
"Tivemos muita sorte e isso nos ajudou muito. Mas nunca fizemos uma música encomendada", jura Marcelão. "Virou tradição a Globo olhar nossos discos e pegar uma ou outra canção", completa.
Na última sexta-feira, a banda, de mesma formação há duas décadas, começou a primeira turnê em dez anos. Os shows são ótimo desafio para o público, que terá de forçar a memória para associar as canções aos respectivos folhetins.
"Novela ajuda, mas não é o melhor marketing. São três que passam simultaneamente, cada uma com 30 músicas - e três ou quatro que fazem sucesso!", diz. "Se a canção não for boa e não tiver apelo popular, não ajuda nada. A música vem em primeira opção, depois o marketing. Se Coca-Cola fosse ruim, no segundo dia estaria tudo encalhado, né?"