PUBLICIDADE

Só no sapatinho

Ex-ator na Globo, Rodrigo Faro dominou o palco na Record e se tornou a revelação do ano

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

 

Rodrigo Faro deve muito a Michael Jackson. No dia 25 de junho de 2009, quando soube da morte do cantor, estava gravando seu programa, O Melhor do Brasil, na Record, e teve uma ideia: a cada beijo entre os participantes do quadro Vai Dar Namoro, dançaria uma música do astro. Billie Jean, Thriller e Don't Stop ‘Till You Get Enough bastaram para que chovessem e-mails do público pedindo mais performances. Assim nasceu um dos maiores sucessos de audiência (e repercussão na web) da emissora, o momento "Dança, Gatinho", quando o apresentador se traveste e imita cantores com fidelidade.

 

PUBLICIDADE

Em 4 horas e meia de programa, Faro garante médias de 13 pontos à Record. Quando o quadro do namoro e as dancinhas estão no ar, o Ibope vai a 16 pontos, chegando a ficar apenas 5 pontos atrás da Globo no horário nobre. "Na hora em que O Melhor do Brasil está no ar, a Globo troca seis vezes de programa, e meu share (participação da audiência) continua o mesmo (entre 20% e 24%), o que significa que tenho público cativo", diz Faro.

 

Se tudo começou na brincadeira, agora, as performances ganharam ares de superprodução. Para fazer a "Lady Rodrigaga", foram necessários dois dias de ensaio. No programa do próximo sábado, quando volta a homenagear Michael (e comemora um ano do sucesso das dancinhas), o apresentador, que migrou da Globo em 2008 para substituir Márcio Garcia no comando da atração, vai apresentar três coreografias idênticas aos clipes Beat It, Billie Jean e Thriller, tarefa que exigiu quatro horas de ensaios em dois dias.

 

Em um ano, foram 52 apresentações. Há uma preferida?

 

Em um ranking estariam Lady Gaga, Beyoncé, Elvis, Lacraia, Ney Matogrosso, Macho Man e Mamonas Assassinas. Mas o divisor de águas foi a Beyoncé, que teve mais de meio milhão de acessos no YouTube. Hoje meu blog tem 200 mil comentários com pedidos de danças. Todo mundo quer que eu faça a Lady Gaga, pedem pra eu dançar outras músicas dela. No dia em que me apresentei de Lady Rodrigaga, fiquei em primeiro lugar no Trending Topics mundial (os assuntos mais comentados no Twitter).

 

No Vai Dar Namoro, as pessoas beijam com vontade, para dizer o mínimo. Como faz para que seu público, de crianças a idosos, não se sinta agredido?

 

Temos preocupação com o enquadramento, para não mostrar línguas. E entro na frente da câmera quando o beijo está mais ‘pegado’, porque é um horário em que todas as faixas etárias podem estar em casa, porque já saíram ou ainda vão sair.

Publicidade

 

Quando o Márcio Garcia apresentava o programa, não havia ‘beijões’ no quadro. Ele era mais conservador do que você?

 

Acho que sim. O Márcio tem aquele jeitão, um humor mais velado, mas é muito engraçado apresentando. Hoje se beija mais porque as dancinhas viraram um xaveco para os meninos do quadro, que dizem: ‘Vamos beijar pra ver o Faro dançar?’ E o ‘Dança, Gatinho’ virou bordão. É o que eu mais escuto quando saio na rua.

 

Demorou para que o público separasse o programa da figura do Márcio Garcia?

 

Ah, as pessoas falavam muito: ‘Olha lá o cara que entrou no lugar do Márcio.’ Foi a maior responsabilidade profissional da minha vida assumir um programa que ia bem com outra pessoa. Tive que pôr meu DNA, me arriscar. Não podia copiar outro. Não tive críticas ferrenhas, mas críticas que me ajudaram.

 

Que críticas?

 

Que eu gritava muito, que falava muito alto.

 

Chegou a fazer curso?

Publicidade

 

Não. Trabalhei com Leonor Corrêa (antiga diretora do programa) e Vanderlei Villa Nova (diretor do ‘Ídolos’), que ficou 25 anos com Silvio Santos. Um papo com eles é uma aula de TV. E no começo da carreira, apresentei o ZYB Bom, na Band, com o Augusto César Vannucci. Também fiz muito comercial e infomerciais na Globo, o que me deu cancha na hora de falar com a câmera.

 

Você é ator, cantor, bailarino, modelo... Quando quis virar apresentador?

 

Era meu sonho. Tanto que quando fazia novela na Globo, fazia os infomerciais. Sempre gostei de falar. Quando desfilava, me dava agonia não poder falar. A Record me deu essa chance.

 

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.