Série brasileira de suspense 'O Escolhido' mostra vilarejo religioso que resiste à vacina

Produção original da Netflix estreia nesta sexta-feira, 28, com Paloma Bernardi no elenco

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Por Thaís Ferraz
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Com elementos folclóricos e sobrenaturais, a série O Escolhido, dirigida por Michel Tikhomiroff, é a primeira aposta brasileira da Netflix no gênero suspense. A produção, que vai ao ar nesta sexta-feira, 28, é ambientada no Pantanal e será lançada simultaneamente em 190 países. 

'O Escolhido' é uma série brasileira de suspense produzida pela Netflix. Foto: Emiliano Capozoli / Netflix

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Na história, três médicos do sistema público de saúde recebem a missão de vacinar a população de Aguazul, um vilarejo entranhado no Pantanal. Antes de partir, o grupo, formado por Lucia (Paloma Bernardi), Damião (Pedro Caetano) e Enzo (Gutto Szuster), recebe uma mensagem misteriosa da comunidade: “Não venham. Repito, não venham”.

“Aguazul é uma sociedade isolada, conservadora e bastante patriarcal”, explica Renan Tenca (3%, Mãe Só Há Uma), que dá vida ao ‘Escolhido’, líder religioso da comunidade. “Para continuar existindo, ela precisa evitar a todo custo entrar em contato com o mundo externo.”

Em 'O Escolhido', vilarejo de Aguazul resiste à vacina contra mutação do zyka vírus Foto: Netflix

A chegada do grupo de médicos, liderado por uma mulher, abala as estruturas do vilarejo. O principal embate se dá entre fé e ciência. “Os moradores de Aguazul acreditam que O Escolhido foi enviado por Deus para comandar a comunidade”, afirma Renan. “Ele dita o destino das pessoas ali dentro, a vida e a morte.”

Líder dos médicos, Lucia tem suas próprias questões internas. “Na infância, ela passa por uma situação que a faz entrar em conflito com a fé e rumar para a ciência”, explica Paloma Bernardi (Salve Jorge), que interpreta a protagonista. “Ela é uma médica determinada, que acredita na ciência e na medicina, mas, no vilarejo, ela começa a acompanhar rituais e ter algumas dúvidas.” 

Paloma conta, também, que a série aborda, com sutilezas, algumas questões de gênero. “Não é o foco principal da trama, mas em várias cenas vemos o homem colocando a mulher em um lugar desconfortável, inferior, e ela tendo que provar sua importância”, explica. “E é muito interessante ver uma mulher à frente de uma missão como essa, totalmente desapegada, que exige abandonar qualquer tipo de materialidade e vaidade”. 

Paloma Bernardi interpreta Lucia, líder de grupo de médicos incubidos da missão de vacinar Aguazul Foto:

Suspense. Para os roteiristas Carolina Munhóz e Raphael Draccon, há demanda por séries de suspense nacionais. “É um gênero do qual os brasileiros são fãs, mas que carece de produções nacionais”, afirmam. 

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O Escolhido é uma adaptação de Niño Santo, série mexicana lançada em 2011. “Nós fizemos uma bíblia demonstrando como incorporaríamos o Pantanal, o misticismo e as nossas lendas, principalmente das regiões Norte e Nordeste do país”, contam os roteiristas.

Para Renan, a série flerta também com o melodrama e o sobrenatural. “A Netflix é uma empresa norte-americana que decidiu fazer uma adaptação de uma série mexicana para o contexto brasileiro”, explica. “O suspense da série traz consigo muitas referências desses países.” 

Cena da série 'O Escolhido', da Netflix Foto: Netflix

Produções brasileiras. O Escolhido integra uma grande lista de séries originais brasileiras da Netflix. Entre os títulos, estão a série de ficção científica 3%, O Mecanismo, Samantha!, Coisa Mais Linda e Super Drags. A plataforma já anunciou outras produções brasileiras nos gêneros de ficção científica e terror. Reality Z, com Sabrina Sato, e Onisciente, do produtor de 3% Pedro Aguilera, estreiam em 2020.

Confira o trailer da série 'O Escolhido'

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