Selfies reforçam trama do remake de 'O Rebu'

Fotos tiradas pelo elenco nas cenas ajudarão personagens e público a descobrir identidade de assassino da novela que estreia em julho

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Por João Fernando
Atualização:

RIO - Tirados por famosos e anônimos, os autorretratos feitos com celular, que tanto ocupam espaço nas ondas da internet, começarão a ter utilidade quando o remake de O Rebu entrar no ar, às 23 horas do dia 14 de julho, na Globo. Na novela, cuja história gira em torno de um misterioso assassinato em meio a uma festa luxuosa, imagens captadas pelas câmeras dos telefones dos personagens servirão de pistas para desvendar o crime. "Hoje, existe a festa real e a virtual. Há um mundo que acompanha em paralelo. A polícia vai lidar com esses indícios, pois a rede social é mais um elemento na investigação", conta George Moura, que, ao lado de Sergio Goldenberg, adaptou o trama de Bráulio Pedroso exibida em 1974. Fotos e vídeos postados pelos frequentadores da festa na mansão de Angela Mahler (Patrícia Pillar) ajudarão o delegado Nuno Pedroso (Marcos Palmeira) e a inspetora Rosa Nolasco (Dira Paes) a encontrar o paradeiro do criminoso. O público também receberá dicas por meio do que for publicado no site da novela ao longo dos quase 40 capítulos. "O selfie é uma mania de hoje que a gente tirou proveito", diz o diretor José Luiz Villamarin.

Com o fio condutor semelhante ao da trama original, a nova versão de O Rebu terá uma protagonista feminina, diferentemente da anterior, cujo papel principal, Conrad Mahler, foi estrelado por Ziembinski. Na história, a empreiteira reúne os poderosos do País em uma festa para promover sua empresa. Porém, o plano é interrompido quando o corpo de um convidado aparece boiando na piscina.

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"É a contemporaneidade. As mulheres estão no poder, o que nos levou a fazer a troca", justifica Moura. Tudo se passa em um período de 24 horas, desde os preparativos para o evento até a investigação dos policiais. "É uma história moderna. Há 40 anos, já era arrojada e continua sendo. Talvez as mudanças mais substanciais sejam o ritmo e a quantidade de tramas. Você traz os assuntos atuais além do 'quem matou?', que, obviamente, nós mudamos", explica o roteirista. "Se vazar, a gente troca o final", brinca Villamarin.

Apesar do pouco tempo em que tudo se desenrola, os personagens passam por diferentes emoções ao longo da noite, movidas pela bebida e pela situação tensa a qual são submetidos. Para isso, o diretor evita a sequência cronológica. "A gente grava na desordem. Tenho as escaletas até o final e sei o que vai acontecer. Aproveito os flashbacks. Porém, só algumas pessoas sabem o que vai acontecer no final. Todos os atores começam de um jeito de terminam de outro, passam por todas as emoções", disse ao Estado.

As cenas externas foram gravadas na Argentina, em um palácio portenho onde Francis Ford Coppola rodou Tetro (2009). "É um trabalho que chamo de imersão: todo mundo só pensa nele", afirma Villamarim, que também se isolou com a equipe durante as gravações de Amores Roubados, em diferentes pontos do Nordeste. A parte interna do imóvel foi reproduzida em um estúdio no Rio, porém, fora do Projac, que concentra as produções de dramaturgia da emissora. 

Além de reunir o elenco em um local só, outro aspecto que simplifica a produção são os figurinos. Como a história acontece em um período rápido, cada ator aparece apenas com três roupas diferentes. Diferentemente da trama original, em que a identidade do assassino foi revelada antes da metade dos 120 capítulos, o nome do criminoso deve se arrastar até o final da novela das 11.

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