Quem poderá nos salvar?

Nova temporada de 'Heroes' mantém os conflitos já conhecidos dos anos anteriores

PUBLICIDADE

Por Gustavo Miller
Atualização:

Em sua primeira temporada, o mote em torno de Heroes era salvar a humanidade e derrotar o arquivilão Sylar. Na segunda, novamente Hiro e Cia lutaram contra o mal e fizeram com que o mundo não fosse devastado por um terrível vírus. Ah, e também deram um jeito em Sylar. Pois adivinhem qual é o enredo que rege o terceiro ano da série? Sim, mais uma vez os mutantes terão de cuidar de nosso planeta. E tirar Sylar da parada. Com estréia marcada para 14 de novembro no Universal Channel, a terceira temporada de Tim Kring sofreu um baque na semana passada: o terceiro episódio de seu novo ano teve a pior audiência de sua história. "Apenas" 12 milhões de espectadores americanos acompanharam a atração pela televisão. Vá lá, diversos seriados fariam tudo para ter a metade desse número. E essa queda não chega a ser um motivo para a equipe de Heroes entrar em pânico. Mas que ela deveria ficar atenta com essa notícia, isso deveria. Heroes surgiu como um fenômeno midiático há três anos e arrebatou milhares de seguidores logo em seus primeiros capítulos. A trama envolvente e cheia de efeitos especiais agradou até ao público que não é aficionado por quadrinhos e super-heróis. Mas aí ela deixou de surpreender e virou uma grande enrolação. Todo mundo já sabia que no último episódio Hiro e os outros mutantes enfrentariam Sylar. Culpa das viagens no tempo do nerd japonês, que foi a estrela do primeiro ano e ficou de lado no segundo. AMIGO INVISÍVEL O que preocupa novamente é que os roteiristas de Heroes não corrigiram m os erros apresentados na segunda temporada, que mais uma vez entregou o seu final já na metade. Não dá para enxergar um arco na história da atração. O roteiro está cheio de furos e com jeito de dramalhão mexicano. Falta um pouco de ousadia aos responsáveis pelo roteiro, que jogam no enredo novos personagens a esmo e depois não sabem aproveitá-los. E, vamos combinar: ninguém mais ali tem um poder de "abalar Bangu". Raios e foguinhos já cansaram. Para piorar, na terceira temporada há de novo uma pessoa que consegue ver o futuro por meio da pintura. Continua: nenhum dos mutantes principais morre e isso gerou um inchaço - e se é morto, vira depois um amigo invisível, como parece ser a relação de Natan Petrelli e Daniel Linderman, exibida nos primeiros episódios da terceira temporada. Heroes ainda é sucesso de audiência, claro, mas corre o risco de virar um programa apenas para um grupo de fãs fervorosos. Já de crítica, parece que só voltará a ser novamente se sofrer alguma mutação. Daquelas dignas de arrepiar os cabelos encaracolados do chato do Mohinder.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.