Porta dos Fundos lança 1ª série para a TV e atrai publicidade

Ian SBF se prepara para fazer entretenimento na propaganda e diz que nunca trabalhou tanto como em 'O Grande Gonzalez'

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

Habituado a dirigir vídeos de dois a quatro minutos para ser visualizado pelos milhões de seguidores do Porta dos Fundos no YouTube, Ian SBF experimentou pela primeira vez a sensação de dirigir uma série de 10 episódios de meia hora cada para a TV. O Grande Gonzalez estreia na Fox dia 2 de novembro, em 10 episódios, e ele se apavora só de ouvir a pergunta sobre uma possível 2.ª temporada. “Escrevi pensando numa 2.ª temporada, mas a série foi muito mais complicada, muito mais exaustiva do que eu pensei. Não sei se tenho gás para fazer de novo”, disse ele ao Estado, em conversa por telefone, diretamente de Nova York.

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Ian foi aos Estados Unidos a convite do Google para um evento que reúne grandes pensadores mundiais da nova era. “Parece meio arrogante falar assim, mas é isso”, diverte-se. O diretor já havia se dedicado a outras narrativas que fossem além da ligeireza dos esquetes da web. Fez o longa-metragem Entre Abelhas, com Fábio Porchat e Irene Ravache, e as séries do Porta para a internet – Viral e Refém –, mas eram mais curtas que Gonzalez. Em janeiro, Ian volta ao set de cinema para fazer o primeiro longa do Porta dos Fundos, Contrato Vitalício.

Embora todos os humoristas do grupo já tenham trabalhado em TV, em projetos distintos, Gonzalez será a primeira obra como Porta dos Fundos feita especialmente para a TV. Há um ano, a Fox vem exibindo os esquetes que já estavam na internet. Agora, ao colocar o humor do grupo em cena, o canal não mexeu na receita do bolo, assegura Ian. “Deixaram a gente completamente livre, não fizemos nada de diferente por ser para a TV”, fala. “O que a gente faz é extrair humor da tragédia – a tragédia da morte do Gonzalez, da festa infantil, a tragédia do dia a dia, como não conseguir fechar uma conta no banco. É um humor contraditório, sem caricatura, não tem estereótipo.”  

O diretor. 'Riso da tragédia' Foto: Juan Guerra|Estadão

No enredo da série, Gonzalez (Luís Lobianco) morre diante das crianças em uma festa infantil, ao não conseguir escapar do tanque de água onde se acorrentou. O que seria um acidente aponta, na verdade, para um homicídio. O palhaço malvado de Fábio Porchat e o ilusionista fracassado de Gregório Duvivier estão entre os suspeitos.

O potencial revelado pelo humor do Porta atraiu a atenção da publicidade para a necessidade de se criar uma propaganda capaz de entreter o público. Disposta a apostar em branded content, a Zohar Filmes contratou Ian para dirigir comerciais e criar programas em que a propaganda vira conteúdo. Ele conta que já se divertiu fazendo um filme de tomates para a Pomarola. “Acho que me chamaram porque sabem que posso ajudar criativamente. A demanda não é por comédia, é muito mais por uma direção de atores, alguém que saiba administrar o elenco.”

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