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Plácido Domingo fez participação especial em 'Mozart in the Jungle'

Outros nomes importantes já passaram pelo seriado

Por Michael Cooper
Atualização:

ITÁLIA - Já passava da meia-noite no Grande Canal e Plácido Domingo estava em um palco flutuante que lentamente seguia rumo à Ponte Accademia, cantando a abertura de um dueto de Don Giovanni. A voz de uma soprano respondeu de outro palco, que seguia ao encontro do dele, no qual a atriz Monica Bellucci, vestida de Maria Callas, com brilhantes e um vestido esverdeado, simulava o canto sedutoramente. Os palcos se juntaram, assim como as vozes.

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Com esse recente espetáculo operístico exuberante – que fez disparar inúmeros smartphones das pessoas que passavam em um vaporetto, o ônibus aquático –, Domingo se tornou o mais recente astro da música clássica a fazer uma aparição em Mozart in the Jungle, a comédia da Amazon sobre uma orquestra fictícia de Nova York, com Gael García Bernal. A série conseguiu atrair manchetes dignas de espetáculos de gala: episódios anteriores contaram com o pianista Lang Lang jogando pingue-pongue com o violinista Joshua Bell, o pianista Emanuel Ax mexendo os pés em um videogame de dança interativa e o maestro Gustavo Dudamel.

A série, que inicialmente desagradou alguns músicos e críticos, assumiu uma importância para a música clássica – que cresceu depois que a série ganhou dois Globos de Ouro este ano.

Pausa. Gael, Plácido e Monica Bellucci esperam a gravação Foto: Gianni Cipriano|New York Times

A próxima temporada de Mozart também vai contar com a música contemporânea, com uma participação de Nico Muhly, o jovem compositor americano cuja ópera Two Boys foi encenada no Met, em 2013. Ele compôs uma peça para a série: a ária de uma ópera imaginária baseada na história de Amy Fisher, que, aos 17 anos, acabou ficando conhecida como a Lolita de Long Island depois de ferir seriamente com um tiro a mulher de seu amante.

Paul Weitz, que dirigia o episódio com Domingo, disse que a peça alcançou o tom que ele procura mostrar no seriado: a mistura de elementos ridículos e cômicos com momentos sublimes, por meio da música. “A falsa ópera de Amy de Nico consegue esse feito. É ridícula e tola e, ao mesmo tempo, comovente – o que foi importante, pois era o que eu esperava.”