‘Os pais não vão ficar constrangidos’

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

Faz pelo menos dez anos que Ricardo Waddington pensa em levar à tela da Globo um programa para falar de sexo. Normalmente envolvido na direção de novelas, ele tem adiado a ideia por motivos diversos e, agora, diante da nova política de produção da Globo (revezar vários conteúdos de curta temporada na faixa nobre), bingo, Amor & Sexo aconteceu. Ao Estado, o diretor fala de sua nova cria.

 

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Se houver crianças ou velhinhos na sala durante o programa, alguém ficará constrangido?Não, os pais não vão ficar constrangidos porque (quando o foco for mais adulto) as crianças não vão entender. A gente quer falar de sexo como se estivesse falando nisso na sala de jantar, com toda a família. O programa é sempre diversão. Vai educar às vezes, informar sempre e desinformar jamais.

 

Como encontrar o tom certo para não cair em termos vulgares?O tom é adulto, leve, direto, espontâneo e bem-humorado sem cair na chacota. A Fernanda vai falar com elegância, transparência, e o fato de ela estar casada, com dois filhos, até a credencia para falar no assunto dessa forma.

 

 

Há 25 anos, a Globo falava sobre sexo de manhã ('TV Mulher'). No ano passado, a reprise de 'Pantanal' (1990) mostrou que a nudez na TV perdeu espaço. Você acredita que o pudor hoje é maior?Não é pudor. Esse passado aconteceu segundos depois de uma ditadura de anos, quando se experimentou uma liberdade total para tudo e, em alguns momentos, um certo sem jeito de tocar no assunto. Tudo isso foi se moldando, foi se lapidando, a gente foi aprendendo aos poucos. Eu me orgulho de não ter feito uma única cena de sexo em A Favorita. Todas as cenas de cama foram em closes.

 

É mais difícil falar de sexo na vida real do que mostrar sexo na ficção?Falar de sexo, pra mim, é bem mais fácil. Na novela, a abordagem do assunto fica aprisionada ao personagem.

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