
24 de setembro de 2016 | 16h00
LOS ANGELES - O universo Marvel na Netflix continua sua rápida expansão com Luke Cage, que entra no ar na sexta-feira, 30, tendo como protagonista um super-herói negro. “Existe um plano, mas ele vive mudando”, admitiu o produtor Jeph Loeb, diretor do departamento de televisão da Marvel, em entrevista em Los Angeles. A segunda temporada de Demolidor atropelou a programação, que por enquanto segue com Luke Cage, Punho de Ferro e depois a reunião dos quatro super-heróis em Os Defensores. Depois, volta com a terceira de Demolidor, a segunda de Jessica Jones e, se tudo correr bem, a segunda de Luke Cage.
O personagem, interpretado por Mike Colter, foi apresentado na primeira temporada de Jessica Jones como um homem de pele inquebrável e força descomunal depois de uma experiência malsucedida. “Mas aqui vamos ver seu ponto de vista. É quase uma tentativa de mostrar o que ele estava fazendo quando não estava sendo filmado”, diz Cheo Hodari Coker, showrunner da nova série.
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Depois dos acontecimentos em Jessica Jones, Cage está se escondendo como pode no Harlem, trabalhando numa barbearia de dia e numa boate à noite. Mas seu sossego não dura muito, claro. Logo, o herói vai ter de entrar em ação. “Ele é como um cavaleiro solitário dos westerns, que entra nesse mundo já em andamento e precisa agir, relutantemente”, disse Loeb. Entre as figuras que cruzam seu caminho estão o criminoso Cornell Stokes (Mahershala Ali), conhecido como Cottonmouth, e a prima dele, a política Mariah Dillard (Alfre Woodard), além dos detetives Misty Knight (Simone Missick) e Rafael Scarfe (Frank Whaley).
Como as outras séries da Marvel para a Netflix, Luke Cage está mergulhada no mundo real, mostrando o lado mais sujo e violento de Nova York. “Então ele pode ser fã de escritores como Richard Price e Walter Mosley”, contou Coker. A música também é uma presença constante. “Cada episódio tem o nome de uma música. Porque para mim o bingewatching é como antigamente, quando saía um álbum, eu me trancava no quarto e ouvia inteirinho. A música fornece um pulso para cada episódio. Tem hip hop, mas também Nina Simone e John Lee Hooker”, disse Coker.
Luke Cage se insere na discussão em andamento sobre diversidade em Hollywood. “Não focamos tanto nisso, mas, sim, em contar a história que queremos do jeito que queremos”, disse o showrunner. “Tendo uma sala de roteiristas predominantemente negra e um elenco predominantemente negro, contamos a história de maneira diferente do que poderia ser se outras pessoas estivessem fazendo. O que isso significa é que existe um atalho, piadas internas, coisas que sabemos que se encaixam. É só isso, não é uma conspiração.”
Em sua versão quadrinhos, Luke Cage surgiu em 1972, no auge da “blaxpoitation”. “Ele representava a habilidade de personagem afro-americano de lutar, conseguir a garota, ter a mesma chance de um John Wayne, um Sean Connery, um Steve McQueen”, afirmou Coker. Para o ator Mike Colter, é importante ter imagens positivas de negros na televisão – quando ele era mais jovem, Sidney Poitier era um de seus ídolos. “Mas tento não pensar muito nisso porque é algo imenso para carregar nos seus ombros, porque no fim só estamos tentando contar histórias sobre um super-herói enfrentando as mesmas mudanças que outros super-heróis que não são negros.”
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