Mesmo com greve, programas de fim de noite voltam ao ar nos EUA

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Por MICHELLE NICHOLS
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A volta dos programas humorísticos de fim de noite na TV norte-americana teve guerra de políticos, barba nova e manifestações de solidariedade aos roteiristas em greve, cujo protesto gerou dois meses de muitas reprises no ar. Mas só David Letterman, além do menos conhecido Craig Ferguson, do "The Late Late Show", retornou com sua equipe de redatores intacta, graças a um acordo fechado pela produtora de Letterman com a Liga dos Redatores dos EUA (WGA, na sigla em inglês). "Senhoras e senhores, o único programa no ar que tem piadas escritas por redatores sindicalizados", declarou Letterman em seu monólogo de abertura. "Sei que vocês estão pensando aí em casa: Essa porcaria é escrita?" O retorno dos apresentadores-humoristas do fim de noite é um marco para o pior confronto trabalhista nos últimos 20 anos em Hollywood, e acontece depois de oito semanas de disputa entre a WGA e os estúdios pelo pagamento de obras distribuídas pela Internet. Embora as negociações ainda estejam emperradas, a volta dos programas de fim de noite deve atrair mais atenção à causa dos roteiristas e redatores. David Letterman passeou pelo palco em meio a cartazes sobre a greve e exibiu a barba que cultivou nas oito semanas de férias forçadas. Os rivais de Letterman, Jay Leno e Conan O'Brien, além de Jimmy Kimmel, também retomaram as transmissões pela primeira vez desde o início da greve, em 5 de novembro. Mas, como seus programas são produzidos por estúdios-irmãos de suas redes, eles não podem negociar acordos independentes com a WGA como fez a produtora de Letterman, a Worldwide Pants. Por isso, os redatores sindicalizados não podem preparar as falas desses apresentadores. Mesmo assim, Leno e O'Brien abriram seus programas com falas que pareciam ter sido preparadas com antecedência, incluindo notas de apoio aos redatores e estocadas nas redes. O acordo de Letterman com a WGA deve facilitar a ida de celebridades ao programa, já que elas não precisarão furar a greve. O ator Robin Williams foi o primeiro a se sentar no sofá de Letterman. Já a entrevista de abertura de Leno foi com o pré-candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano Mike Huckabee, que tocou baixo na banda do programa durante os comerciais. A pré-candidata democrata Hillary Clinton também entrou no jogo, aparecendo via satélite de Iowa no programa de Letterman. "Dave ficou fora do ar por oito longas semanas por causa da greve dos redatores", disse ela. "Hoje ele está de volta. Fazer o quê, tudo que é bom um dia termina." (Reportagem adicional e texto de Steve Gorman)

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