Uma série de surpresas e decepções marcaram o filme Gente como a Gente, de 1980. Era a estreia do ator Robert Redford como diretor e o resultado foi um filme austero, seco, incômodo. Foi notável também por revelar um jovem ator, Timothy Hutton, cuja interpretação angustiante lhe rendeu um Oscar de coadjuvante. Finalmente, a decepção: conhecida pela hilariante série de TV, Mary Tyler Moore surpreendia no papel de uma mulher angustiada, vingativa, fria. E, apesar do belo trabalho, ela não ganhou o Oscar daquele ano.
"Nosso trabalho é muito sedutor e, às vezes, é preciso afastar-se dele para poder enxergar tudo com mais clareza", comentou Redford, premiado pela Academia de Hollywood como diretor e produtor - também o roteiro ganhou uma estatueta, baseado no romance de Judith Guest. Ele acertou ao escolher elenco, mesmo pensando inicialmente em Lee Remick e até Natalie Wood para o papel principal. A trama se passa em Chicago, onde os membros de uma família de classe média alta tentam se recompor após a morte por afogamento do filho mais velho.
O caçula (Hutton) é o mais abalado pelo acidente. Sentindo-se culpado, ele tenta o suicídio e permanece quatro meses em um hospital psiquiátrico. Fria e distante, a mãe (Mary) só se preocupa em manter a aparência feliz da família, enquanto o pai (Donald Sutherland) sugere ao rapaz, que deixou o hospital, que se consulte com um psiquiatra para tentar solucionar seus problemas.
As filmagens aconteceram durante muita emoção a ponto de Sutherland acreditar ter chorado demais em uma determinada cena. Assim, pediu ao diretor que a refilmasse, o que aconteceu mas com o ator sozinho no cenário - Mary estava atuando em um teatro em Nova York e não pode comparecer. Mais comedido, o ator refez a cena, com Redford lendo as falas da atriz.
GENTE COMO A GENTE
Gênero: Drama
Ano: 1980
Elenco: Mary Tyler Moore, Timothy Hutton
Distribuidora: Paramount