Marisa Orth vive Sylvia, seu papel dramático na série 'Dupla Identidade'

Cheia de nuances, a personagem é uma defensora da família

PUBLICIDADE

Por Adriana Del Ré
Atualização:

Ela é notoriamente conhecida pelos papéis cômicos. Sua versatilidade como atriz, no entanto, já a levou a palcos shakespearianos e a filmes de Lúcia Murat. Agora, Marisa Orth vive Sylvia, seu personagem dramático na série Dupla Identidade, escrita por Gloria Perez e exibida pela Globo. A trama gira em torno do sedutor e ambicioso Edu (Bruno Gagliasso), um lobo em pele de cordeiro que, na calada da noite, se revela um serial killer. Sylvia é a mulher do senador Oto (Aderbal Freire Filho), de quem Edu quer se tornar braço direito. E ela, sem mensurar o grau de periculosidade do rapaz, pode ajudar a estreitar cada vez mais os laços entre ele e sua família, adianta Marisa.

PUBLICIDADE

“Sylvia é uma personagem interessantíssima. Inicialmente, ela parece ser aquela clássica mulher-bomba de político, mais uma vez sendo traída, mas, desta vez, ela percebeu que ele está passando o patrimônio para o nome da outra. É quando a namoradinha do marido morre e as suspeitas recaem sobre ele”, descreve a atriz. “Ela segura a explosão e o chantageia.” Marisa não sabe classificá-la como do bem ou do mal. Cheia de nuances, a personagem é uma defensora da família, mas também dos próprios interesses. “Ela é bem humana nesse sentido. Acho que é só fruto do sistema, um tipo de mulher que deve existir, e tem uma solidão monumental ao mesmo tempo.”

Marisa foi convidada pelo diretor Mauro Mendonça Filho, com quem ela já havia trabalhado no teatro, em A Megera Domada, e, na televisão, em S.O.S. Emergência. Sob as bênçãos de Gloria. Até então, Marisa não tinha atuado em uma história da autora, mas, ela garante, sempre acompanhou suas novelas ao longe, como espectadora. “Para mim, não é tão diferente quando faço um papel dirigido para fazer rir ou para fazer pensar ou sofrer ou sentir. Cada papel é um papel. A maior dificuldade que tenho é temer o que o público vai achar”, diz ela. “Acho que estou meio na incógnita, o pessoal não está me conhecendo”, emenda ela, gracejando. 

Enquanto dá vida à dondoca mulher de político nas noites de sexta-feira na Globo, no Canal Brasil, aos domingos, às 20h30, ela dá vazão a outras de suas facetas no programa Almanaque Musical. Lá, recebe convidados da área musical e aproveita para dar uma palhinha com eles. A ideia é contar um pouco da história da nossa música, por meio de temas. 

Serão 12 episódios nessa primeira leva - mas ela segue gravando mais entrevistas no ano que vem. Para as canjas com seus convidados, Marisa conta com o apoio da banda Almanaque Musical. Ativar seu lado cantora é algo corriqueiro há anos para a atriz, desde os tempos da banda Luni, que integrou na década de 80, passando pela Vexame, entre final dos anos 1980 e meados de 2000, e, mais atualmente, à frente da banda Romance. Já ser entrevistadora é uma novidade. Mas o formato nada engessado do programa anula quaisquer formalidades. 

“Tenho muito prazer em falar sobre música, em conhecer essas pessoas, em falar sobre o trabalho delas. Sou atriz desde nascença, e morrerei atriz, se Deus quiser, mas acho que o teatro e a música são superpróximos”, diz. “Amo o teatro, mas a música faz muito parte da minha vida.” Ainda sobre a Marisa Orth cantora, ela se apresentará em diferentes projetos: no novo espetáculo Romance Volume III - Agora Vai, nos dias 23 e 30 de outubro, no Bourbon Street, e no reencontro com os integrantes de sua antiga banda Luni, no dia 7 de novembro, no Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer. 

Improviso. A veia cômica da atriz também pode ser revista em antigos sucessos dela na TV. São exibidas no canal Viva as reprises de Sai de Baixo (1996-2002; além de quatro episódios especiais gravados em 2013), Toma Lá, Dá Cá (2007-2009) e S.O.S Emergência (2010). 

Publicidade

“O Sai de Baixo foi fundamental, transformador. É o maior sucesso da minha carreira.” E, apesar de parecer trazer “cacos” para os diálogos em cena, a atriz garante que seguia à risca o texto. “Nunca fui das que improvisam. Improviso nos shows, no Vexame, no Romance. Acho muito chique que as pessoas achem que improviso, porque devo parecer natural (risos).” 

Toma Lá, Dá Cá mantinha a mesmo formato de Sai de Baixo, com palco e plateia. Por que essa é uma - antiga - fórmula que ainda faz sucesso na TV? “É teatro, só que gravado. Fica mais vivo”, acredita Marisa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.