Marcelo Tas, João Vicente de Castro, Xico Sá e Léo Jaime juntos no 'Papo de Segunda'

O programa estreia no dia 8 e vai ao ar entre 22 h e 23 h

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

Tem muito marmanjo que muda de canal quando se depara com o GNT, sigla que ganhou identificação com o público feminino na TV paga. Outros, envergonhados de conhecer a programação em questão, argumentam que viram tal coisa num zapping acidental com a mulher. A esses, convém avisar que as estratégias e mitos referentes às relações entre homens e mulheres serão trazidas à tona uma vez por semana, ao vivo, a partir do próximo dia 8, às 22h, tendo justamente um clube do Bolinha como porta-voz. Assim reza a proposta do Papo de Segunda, com Marcelo Tas, João Vicente de Castro, Xico Sá e Léo Jaime. “Vamos abrir o jogo para elas”, promete Tas. 

O programa nasceu, pode-se dizer, de uma costela do Saia Justa, título mais antigo do GNT, que já há alguns anos passou a ter suas férias cobertas por um quarteto masculino. O que era sazonal foi ganhando fôlego e agora merecerá vaga fixa na programação, com cenário, horário e nome próprios. Mas Dan Stulbach, que ancorava o time, ficou impossibilitado de comparecer à mesa masculina nessa nova etapa, já que também ele está no ar ao vivo nas noites de segunda, agora pela Band, e bem na cadeira que pertencia a Tas, no CQC. Diante disso, a diretora do GNT, Daniela Mignani, procurou por Tas e propôs: “A Band quer o Dan e eu quero você”. Ele não resistiu.

Operários. Léo Jaime, Marcelo Tas, João Vicente de Castro e Xico Sá Foto: Márcia Alves/Divulgação

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Du Moscovis, que também compunha o grupo, tinha outros afazeres e não acertou sua permanência, dando lugar a João Vicente, ator e sócio do Porta dos Fundos, maior portal de humor brasileiro. O próprio João já esteve no GNT, quando participou da série Lili, a Ex, e imaginava que uma nova proposta de dramaturgia lhe seria feita quando foi convidado a conversar com Mariana Koehler, gerente artística do GNT e diretora do programa. A novidade, para João, será o risco de exposição que as conversas no programa acabam promovendo. É inevitável não colocar um pouco de si em cena ao falar de comportamento, mulheres e que tais. Mas diz ele que dispensa temor em causa própria - “talvez eu tenha mais medo de falar alguma coisa que possa envolver gente com quem eu tenha me relacionado”. Como ex-namorada?, pergunto. “Por exemplo”, admite João, que até o mês passado namorava a apresentadora Sabrina Sato, da Record. “Mas vamos destruir algumas lendas, como dizer que não ligamos para celulite, isso é um problema que existe só na cabeça delas”, adianta.

Expert no assunto, vanguardista em TV há pelo menos 30 anos, Tas já foi professor Tibúrcio, já foi Ernesto Varela e já foi eixo central de bate-papos de TV (do Saca-Rolha, com Lobão e Mariana Weickert no Canal 21, ao próprio CQC). Mesmo assim, não abre mão de uma certa taquicardia. “O nervoso é o mesmo, se ele não existisse, significaria que eu não estava dando importância pra isso”, reconhece, satisfeito com o nível de entrosamento do quarteto. “A gente está se amando, é incrível: acabei de largar o João, estava com ele aqui”, disse ao Estado, em entrevista por telefone. “Isso é imponderável: uma coisa é se dar bem pessoalmente com alguém; outra, é se dar bem profissionalmente. Eu já conhecia todos eles, mas a gente só sabe se a coisa vai rolar mesmo quando está na frente das câmeras, fazendo, e tem sido muito legal”, fala.

Além dos pilotos (testes) que já fizeram, os quatro se permitiram formar uma banda, em que cada um engata um instrumento, com suporte de mais três músicos profissionais. “Somos Os operários do Amor”, continua Tas. “Vou poder dizer aos meus netinhos que toquei com Léo Jaime”, diverte-se. Já gravaram três músicas - Fórmula do Amor e Sônia, de Léo Jaime, além de Sou uma criança, não entendo nada, de Erasmo Carlos.

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O cenário, assinado por Daniel Thomas e Felipe Tassara, em nada remete ao atual Saia Justa, e traz referências de lambe-lambe nas paredes, algo mais ou menos inspirado na foto que estampa esta página, com uma máquina alemã do século 20, conta Tas. “A gente espera que possa contribuir para o desequilíbrio ecológico e afetivo que está acontecendo no planeta. Nossa missão é entregar o jogo dos homens, não só para as mulheres, mas para os muitos homens que assistem a alguns programas do GNT com a desculpa de que a mulher estava passando pelo canal”, completa.

O quarteto dispensa a covardia de se esconder por trás de personagens. “Infelizmente somos nós mesmos, eu adoraria me esconder. Estou achando que vou criar mais problemas pra mim mesmo. No CQC, eu criava problemas com os políticos, que são seres fáceis de vencer, agora com as mulheres, é outra história”, conclui. “Vamos entregar os homens, somos cobaias, somos uma espécie de ursinhos Panda da paixão.”

O programa vai ao ar entre 22h e 23h, com uma vantagem sobre a maioria do entretenimento na TV paga: a chance de se valer da interação com as redes sociais, na condição de transmissão ao vivo. Telespectadores serão convidados a enviar vídeos, perguntas ou queixas via Whatsapp, encontrando do outro lado um time de frequência bastante assídua em Instagram e Twitter, ferramentas eficazes para a TV ao vivo. 

Assim como o Saia Justa, o Papo de Segunda comporta matérias, com ou sem os quatro apresentadores, gravadas fora do estúdio. Mas não há regras fechadas para tanto. A proposta é fugir de papo cabeça e rir de si.

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