
11 de abril de 2009 | 23h41
O humor grosseiro nem sempre atende a paladares mais refinados, mas, mesmo entre brutalidades e escatologias, é possível encontrar alguma graça. É o que comprova Borat, que o Telecine Cult exibe hoje à noite. E o ator e roteirista Sacha Baron Cohen só conseguiu isso graças a uma jogada de gênio: a vulgaridade do personagem-título é justificada porque ele é um estrangeiro, cujos hábitos excêntricos se chocam com o pretenso puritanismo norte-americano.
Borat é um repórter do Casaquistão que viaja aos Estados Unidos com a pretensão de documentar os hábitos locais. Sem nenhum conhecimento da cultura americana, ele não percebe que suas palavras e atitudes simplesmente soam infames. Assim, as mulheres, as feministas, os subdesenvolvidos, com portadores de deficiências físicas, os judeus, os negros e com os americanos "típicos" são alvos de suas tiradas, algumas tão incorretas que é difícil acreditar que o filme tenha passado incólume nos EUA. Afinal, em um rodeio, apoio à "guerra de terror do George W. Bush". Engraçado não fosse trágico.
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