
24 de janeiro de 2012 | 12h46
"Percebemos que os assinantes brasileiros gostam de tramas mais seriadas, do stand up do Rafinha Bastos e, como há um grande mercado para o MMA, compramos os direitos de exibir as lutas gravadas do UFC, o The Ultimate Fighter", explica Jonathan Friedland, vice-presidente de Comunicação do Netflix, por telefone ao Estado.
A informação sobre a preferência do assinante brasileiro pelas legendas surpreendeu a empresa que apostou em conteúdo 100% dublado por aqui. "Talvez isso se deva ao fato de que os nossos primeiros assinantes, em qualquer país, costumam ser homens jovens, de classe e nível de escolaridade mais altos. Esse público prefere a legenda", afirma. Hoje, tanto legenda quanto dublagem estão disponíveis, para se adequar ao nosso perfil.
Por aqui, também ficou provado que as telenovelas mexicanas estão em baixa.
Ajustes
Até setembro, o Netflix só existia nos EUA e Canadá. Hoje, somam-se mais 43 países latinos, além de Inglaterra e Irlanda, que contam com o serviço há 15 dias. Sem divulgar resultados do Brasil, Friedland diz que o crescimento é estável e, se nos EUA eles já somam mais de 20 milhões de assinantes (desde 1997) e, no Canadá, mais de 1 milhão (em um ano e quatro meses), a América Latina já garantiu, em média, 700 mil usuários.
"Em quatro meses na América Latina, dobramos o conteúdo e lançamos o Netflix em novos dispositivos, como o Wii, XBox, a Apple TV, iPad, iPhone, Android e novos modelos de smart TVs", diz o executivo, sem negar que ainda existem falhas, como descompasso entre áudio e legenda.
"Estamos ajustando as coisas e sabemos que não temos nem teremos tudo. Mas nossa seleção é muito boa e justa, fácil de baixar e assistir e, principalmente, barata, em comparação à TV paga", diz. "E isso só se consegue porque não temos conteúdo de lançamento. Senão, nosso serviço (que custa R$ 14,99) ficaria três ou quatro vezes mais caro."
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