Greve de roteiristas nos EUA pode afetar publicidade na TV

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Por PAUL THOMASCH
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A greve dos roteiristas de Hollywood começou há menos de uma semana, mas já estão aumentando os temores de que, se ela se prolongar, pode modificar drasticamente a publicidade na televisão. O setor de publicidade na televisão, que movimenta 70 bilhões de dólares, ainda é visto como a melhor maneira de promover marcas e produtos, apesar do interesse suscitado pela publicidade em mídias digitais como celulares e videogames. Entretanto, uma greve prolongada de roteiristas poderia provocar mudanças significativas. Sem programas novos na televisão, é provável que a audiência diminua, e, quando os espectadores procurarem diversão em outro lugar, os anunciantes provavelmente vão segui-los. "Não sei quanto tempo vai levar, mas os espectadores vão começar a migrar para outros lugares, e nós, como anunciantes, temos que segui-los", disse Lisa Herdman, vice-presidente de programação de redes de TV na agência de publicidade e compra de mídia RPA. "Se retornaremos ou não à TV é outra questão inteiramente." Sob muitos aspectos, dizem especialistas, a greve não poderia ter acontecido em um momento pior para a televisão, em vista da concorrência que ela enfrenta da web, dos iPods e todos os tipos de mídia digital, que disputam seu público e seus anunciantes. "Os marqueteiros hoje têm mais opções que nunca em termos de como e onde gastar seu dinheiro", disse Brad Adgate, diretor de pesquisas da Horizon Media, empresa independente de serviços de mídia. "Existe mais que o spot de TV tradicional de 30 segundos. Existem oportunidades aí fora." Ele acrescentou: "Embora a televisão continue a ser o centro de entretenimento da sala de estar, existe o receio de que, quanto mais esta greve se prolongar, mais os hábitos das pessoas vão mudar". O Sindicato dos Roteiristas da América entrou em greve em 5 de novembro, após o colapso das negociações com os maiores estúdios de cinema e televisão, pondo fim a quase 20 anos de paz trabalhista em Hollywood. Os roteiristas reivindicam uma parcela maior da receita da Internet, largamente vista como canal de distribuição-chave para a maior parte do entretenimento no futuro.

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