'Gosto de pensar que eu conseguiria ser polígamo'

PUBLICIDADE

Por Etienne Jacintho
Atualização:

Bill Paxton destoa completamente do esquema formal que a HBO armou em Miami para as entrevistas com jornalistas latino-americanos. O ator é despachado, divertido e adora uma piada. Para sorte dele, Big Love dá margem para uma infinidade de gracinhas e ele mesmo aproveita isso para fazer os jornalistas caírem na risada. Antes, porém, ele pede desculpas pela ausência das atrizes de seu clã: "Sinto que as meninas não estejam aqui, elas me fazem bem..." Sua visão sobre a poligamia mudou após a série? Sim. Quando li o roteiro, vi que era sobre poligamia em Utah e logo vieram aquelas imagens de mulheres, crianças, galinhas, gente atirando em escolas (risos)... Mas percebi que a série era uma tirada esperta sobre poligamia, uma visão contemporânea de matrimônio, sexo, religião, família. Você seria polígamo? Não sei, mas as mulheres na série me adoram (risos)! É, gosto de pensar que conseguiria ser polígamo... Sem a pílula azul? Sem Viagra (risos)! Acho que a questão é saber quanto esta é uma sociedade realmente livre. Quanta liberdade os outros têm em relação aos seus estilos de vida? Não estou falando que poligamia deveria ser legal. Não é certo se casar com mulheres menores de idade, mas em se tratando de adultos, acho O.K. É possível alguém amar mais de uma mulher ao mesmo tempo? Na idéia romântica não, mas minha vida diz que sim. Por que não? Quando me apaixonei aos 19 anos - e ela tinha 17 -, não deixaram a gente ficar junto. Meu coração ficou partido, mas a vida seguiu e me casei com outra garota. Temos uma família e estamos casados até hoje. Amor não é só uma possibilidade. Monogamia, às vezes, não funciona. É só ver quanto divórcio há. Então, quem tem razão? Foi difícil se colocar na pele de Henrickson? Encaixou como uma luva! Seu personagem é um dom Juan, um jogador ou um herói? Gosto de pensar que ele é um pouco dos três, mas é um cara comum. Ele quer sua fatia do bolo e quer comer também (risos). É engraçado porque o papel me deu um rótulo de dom Juan. Sou o cara com três mulheres! Nunca interpretei papéis românticos. Não tive a chance de ser romântico na tela e tem sido muito bom. As garotas são ótimas como atrizes e como pessoas. Nos divertimos no set. O sucesso da série nos deu mais confiança e a segunda temporada deixa de ser novela para ser saga tipo O Poderoso Chefão. Neste país (EUA), as pessoas estão tão afastadas e não pensam nos primos, sobrinhos e a série mostra esses laços de família. Surpreendentemente muitas mulheres vêm a mim e dizem que me admiram, não sei por quê (risos)! Você pesquisou para ser Bill? Adoro fazer pesquisa. Sabe, não me senti à vontade quando comecei a interpretar porque não sabia se estava agindo certo. Li livros e vi documentários. Mas é poligamia na TV e sou um polígamo de TV! O que esperar desta segunda temporada? Meu personagem começa a agir porque está cansado de ter de andar com a cabeça baixa e se esconder. Ele paga suas taxas e é um cidadão com direitos. Estamos ansiosos para a terceira temporada. Sou ator de cinema, mas não quero me livrar de Bill Henrickson. Não tinha intenção de fazer TV, mas a HBO me trata como um astro de cinema, então tudo bem (risos)!

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.