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Favorita não é só Patrícia Pillar

Por Mário Vianna
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Fim de ano é tempo de peru, farofa, amigo secreto e lista de prêmios. Faz-se um balanço do que aconteceu nos últimos 12 meses e meio que se decide o que tem chance de permanecer na memória. Isso não significa que o premiado seja realmente memorável - tem muita gente que leva o troféu pra casa, mas cai no esquecimento. Mas não custa tentar. Como o próprio caderno já fez sua listinha domingo passado, decidi concentrar meus destaques de hoje nas personagens de A Favorita, já que a novela de João Emanuel Carneiro foi nosso principal tema ao longo do ano. Flora já deu a Patrícia Pillar dois ou três troféus de melhor atriz, antes mesmo de a vilã ter exterminado a metade que falta do elenco. Mas não existe vilão sem mocinho. As maldades de Flora ficam ainda piores quando comparadas às lágrimas de Donatela (Claudia Raia) e ao ar de desamparo de Lara (Mariana Ximenes). As duas carregam com louvor o piano de serem as boazinhas, sem parecer limítrofes. Ponto para Carneiro: seus "bonzinhos" são bastante duvidosos. O prefeito Elias (Leonardo Medeiros) posa de bacaninha, mas bate em mulher e é um nepotista de primeira (suas mulheres viram funcionárias da prefeitura de Triunfo). Delicioso foi o farofeiro Dodi, um papel inicialmente destinado a Fábio Assunção. Dodi resgatou Murilo Benício, bom ator cujo pouco apreço por certos personagens transparece no vídeo. Murilo fez de Dodi um dos vilões mais cafonas e simpáticos da TV - e ainda soube jogar o tempo cômico com Lúcio Mauro, Claudia Missura e Emanuele Araújo. Esteve perfeito - assim como os superlativos Ary Fontoura e Mauro Mendonça. Na disputa por uma passagem pra ilha de Lost estão as boas atrizes Taís Araújo, Giulia Gam e Ângela Vieira, que defenderam o quase indefensável: personagens que não se acharam na novela. Arlete (Ângela Vieira) carregou um segredo durante centenas de capítulos, para revelá-lo num sábado de pouca audiência. Tadinha. Alicia (Taís) começou a novela como artista performática sem noção, virou vítima de uma bala mais perdida que ela e ainda posou de boa filha, sempre sem noção. E Giulia teve três ou quatro nomes na trama, com número igual de penteados e figurinos (os últimos, aliás, pavorosos). Esse trio merecia mais. e-mail: mvianinha@hotmail.com

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