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Exige-se diploma

Alvo predileto de seu próprio público, Big Brother Brasil ganha nona edição na Globo na terça, com participantes da terceira idade e vários graduados

Por Gustavo Miller
Atualização:

Vamos fazer aqui uma brincadeira: quem foi o campeão do Big Brother Brasil 4? O casal fofo da quinta edição? Os amigos que fizeram um pacto de sangue em 2007? Não lembrou o nome de ninguém? Normal. Só conseguiu visualizar o rosto de metade desse pessoal? É assim mesmo. Estreia nesta terça, dia 13, a nona edição do Big Brother Brasil, que contou com mais de 170 mil inscritos. Pedro Bial, sempre ele, mais uma vez convidará o público a dar aquela famosa espiadinha no programa, que é alvo predileto dos críticos de plantão - seja em protestos coletivos enviados ao Ministério Público ou nas cartinhas e e-mails mandados aqui para a redação. Aliás, cricris, podem tremer: o contrato atual da Globo com a idealizadora do reality show, a holandesa Endemol, prevê 14 edições ao todo. Ou seja, ainda virão mais cinco programas com aqueles participantes que gritam "uhu!" o tempo todo, que dão vexame em festas regadas à álcool ou que filosofam sobre o nada enquanto puxam um ferro na academia. Bem, não exatamente... O BBB 9 é o mais politicamente correto de todos. Para começar, nenhum dos participantes fuma - o diretor de núcleo, Boninho, comemorou ao dizer isso durante coletiva de imprensa! Pela primeira vez, também, haverá "brothers" da terceira idade: Naiá, de 61 anos, diabética e hipertensa e Norberto, de 63, "só" hipertenso. A hipertensão, aliás, foi o motivo dado pela Globo para trocar, na semana passada, um dos participantes. "Esse ano o processo foi cercado pela faixa etária, é o time mais velho de todos. Eu estava de saco cheio, a garotada estava com a bunda na parede. Queremos opiniões, todos ali têm 3º grau", declara Boninho. Mas será que a audiência vai gostar do formato mais pensata? O fato é que o Big Brother é o programa mais debatido do Brasil, mesmo que por motivos que deixam os acadêmicos de cabelo em pé. Intelecto ali é o que menos importa; a conversa de bar é sobre a tia que se depila na banheira. É fato: as pessoas amam escrachá-lo - talvez, pela sensação de superioridade intelectual em relação aos participantes. "Não tem essa (do público se sentir inteligente). O povo discute porque é um programa popular", reclama Boninho, da pergunta do TV & Lazer. Deixando de lado as críticas, o formato parece estar longe de perecer - e o público, largá-lo (embora a audiência de 2008 tenha sido fraca, com a segunda pior média de público em uma estreia e em uma final). Para este ano, já foram vendidas 25 mil assinaturas do pacote pay-per-view do programa, antes mesmo da estreia. Também para esta edição, será maior o tempo da "espiadinha" ao vivo que o canal pago Multishow exibe logo após acabar a edição diária na Globo. Em vez de 20 minutos, agora são 40. O motivo? Durante os três meses de BBB, o Multishow vira líder de audiência entre os canais por assinatura (dados Ibope Media Workstation), entre 21h30 e 0h30. Na internet, o fenômeno é ainda maior. Fora os vídeos que pipocam pelo YouTube, o site Globo.com tem um aumento de acessos de 23% em época do BBB. Em 2008, era uma média de 180 milhões de visitas por mês ao site! E, pais, fiquem de olho: a criançada corresponde a mais de 20% do público do programa. Você pode não gostar dele, mas o seu filho gosta.

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