Eu, Tu, Elas, sem adultério

Big Love tem como tema a poligamia; mas, ao contrário do que parece, é uma série bem família

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Por Etienne Jacintho
Atualização:

Big Love chega à sua segunda temporada e deixa de lado a cara de novela para se tornar uma saga. Assim diz o chefe da família, Bill Paxton. Para o intérprete do polígamo Bill Henrickson, a série terá sabor de O Poderoso Chefão. Nada mais justo, uma vez que Família Soprano, também da HBO, chegou ao fim. Ter três mulheres pode parecer o paraíso para alguns homens. Mas essa situação às vezes pende mais para o inferno. Imagine ter três "esposas", com obrigações iguais com todas. Pior, imagine conviver com vários sogros e sogras! Está achando bom, caro leitor? Olha que isso não é tudo. É preciso sustentar três casas, criar todos os filhos, manter os três lares organizados e cumprir as demandas sexuais - haja Viagra! - e de carinho de todas as mulheres por igual. Pois assim é o retrato da poligamia na série Big Love - Amor Imenso, da HBO, cuja segunda temporada começa no próximo domingo, dia 9, às 22 horas. "Os personagens agora já estão conhecidos e a história vai se desenrolar mais. Meu personagem vai caminhar por áreas que lhe trazem mais questionamentos sobre seus valores", conta Paxton. "Haverá mais intrigas na família e a série se tornará mesmo uma saga." Na trama, Bill Henrickson é adepto da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma ala dissidente dos mórmons que aceita a poligamia. Estima-se que 40 mil pessoas nos EUA vivem assim. E, como a poligamia é considerada crime naquele país, as famílias ainda precisam lidar com o preconceito e levar uma vida de mentiras, escondendo a situação matrimonial da sociedade. Big Love leva a marca HBO: é bem produzida, evita rótulos e não censura temas. Apesar disso, é uma série respeitosa e tem até o nome do bom-moço Tom Hanks nos créditos. O queridinho de Hollywood é produtor da atração - um trunfo para a boa aceitação do programa no conservador país de George W. Bush. Big Love já tem 3ª temporada garantida. A GRANDE FAMÍLIA Na série, Bill Henrickson opta por seguir os passos de sua família e pede à primeira mulher, Barb (a bela Jeanne Tripplehorn), permissão para casar-se novamente. Aos poucos, o público percebe que a decisão não foi fácil. Bill queria uma família grande, mas Barb teve câncer e ficou impossibilitada de ter mais filhos. Além disso, ele estava à procura de um parceiro nos negócios. Foi aí que surgiu a mimada Nicolette, a Nicki - interpretada pela musa do cinema alternativo Chloë Sevigny -, filha do vilão Roman Grant (Harry Dean Stanton). Para alegrar Nicki e descentralizar o poder de Barb na família, Bill decide casar-se mais uma vez e a doce, porém imatura Margene (Ginnifer Goodwin) entra para a grande família. A primeira fase de Big Love apresentou a família Henrickson e abordou a dificuldade de Bill em satisfazer as três mulheres, os efeitos colaterais do abuso de Viagra, a dura tarefa de esconder da vizinhança seu estilo de vida, os problemas de cada uma das mulheres e as chantagens conduzidas pelo sogrão Roman. O ciclo terminou com Barb tendo de lidar com a humilhação pública, já que a poligamia da família é descoberta no dia em que Barb concorria ao título de Mãe do Ano.

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