'Ela é uma mulher livre, uma mulher amoral'

Giovanna Antonelli sobre sua personagem em 'A Regra do Jogo'

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Por Redação
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 Foto: WILTON JUNIOR/ESTADAO

Um dos pares do protagonista Romero Rômulo (Alexandre Nero) em A Regra do Jogo, novela que estreia nesta segunda, 31, às 21h15, Giovanna Antonelli é candidata da vez à condição de vilã que o público ama odiar. Não que ela espere por isso, mas as chamadas que anunciam sua Atena, estelionatária de primeira grandeza, já dizem a que vem essa figura.

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Além da expectativa em torno dos créditos de Avenida Brasil pelo texto de João Emanuel Carneiro, a direção de Amora Mautner inaugura agora uma tal “caixa cênica”, criação sua que promete multiplicar os efeitos realistas em cena. A diretora fechou todos os cenários, do teto às paredes, infiltrando câmeras robô e cameramen por trás de janelas e espelhos. É nesse contexto de reality show que Atena – originalmente chamada Francineide – trará Giovanna de volta ao horário nobre.

Você volta a fazer par com o Nero. Até que ponto a já testada boa química entre vocês conspira a favor desse casal?

Eu falo que ganhei vários presentes nessa novela, um deles foi o Nero como parceiro. A gente fez uma dupla maravilhosa lá em Salve Jorge, da delegada Helô e do Stênio. Deixamos vários fãs órfãos. A gente tem uma troca muito bacana, somos apaixonados pela profissão, e a gente se ouve, um joga a bola para o outro. Às vezes, eu estou com uma ideia e ele vem com uma mais interessante e é imediatamente aceita. Nosso trabalho de ator só vale a pena quando é assim. Então, é um prazer estar fazendo essa dobradinha.

Qual o interesse dela nele?

Num primeiro momento, quando eles se conhecem, lá pelo capítulo 10, ela acha interessante um homem que provocou um ataque numa mulher num restaurante, ela fica curiosa em relação àquele homem. A partir dali, quando ela invade a vida dele, ela já fica com segundas intenções, de olho no prestígio dele, na grana, que faz parte da essência dela.

Ela se inspira em alguém, nesses dias de tanto desvio de dinheiro visto em Brasília?

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Eu acho que a Atena já se apresenta dessa forma, isso já faz parte da essência dela, ela não se transformou nisso. Eu fiz com base no texto do João. É muito difícil errar, ele é tão claro com as palavras, não precisa inventar, tudo o que é fundamental para o ator está escrito ali. É ler, observar, entender aquele texto e só brincar em cima dele.

Todo mundo sabe que ela dá truque?

Desde o primeiro capítulo, ela realmente se mostra o que é. Ela vai enganando pessoas por alguns capítulos, e logo ela se autodesmascara, ela não tem muito problema com isso, ela é uma mulher livre, uma mulher amoral. Talvez, coisas de alguma gravidade ela nem perceba que sejam tão graves.

Você consegue não julgá-la? Todo ator tem necessidade de defender o personagem...

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Eu não defendo personagem, eu nunca deixo meus personagens em cima do muro, isso é uma premissa básica para mim. Se tem que ser mau, será mau, se tem que ser bom, será bom. Eu respeito exatamente a genialidade do autor. Se o cara escreveu dessa forma é porque ele está pensando em alguma coisa ali na frente. Não sou uma atriz racional, sou completamente intuitiva, eu me jogo. Se a diretora mandar eu botar um abacaxi na cabeça, farei.

Ela tem uma escama vulgar. Isso já é do texto também?

A verdadeira identidade da Atena é a Francineide. A Francineide mora num quarto de pensão de uma amiga, em Santa Teresa. Ela tem uma vida pública diferente da vida que ela leva. O personagem se funde em Atena e volta e meia a Atena também se funde com a Francineide porque só existe uma mulher se passando por outra em alguns momentos. Nesse momento em que a novela se apresenta ela está vivendo o personagem Atena, só que ela já foi outras mulheres. O público vai entender isso, no momento em que entra um perseguidor dela, acho que no capítulo 3, 4, que é o João Baldasserini, e conta um pouco da história pregressa dela. E eu nem diria vulgaridade. Ela é muito mais um ser livre. E como Francineide, ela tem uma simplicidade maior, que acaba quebrando aquele requinte de Atena e das roupas de marca que ela veste, acaba trazendo mais para o pé no chão mesmo. E é legal ter essa dualidade. Para mim, como atriz, é maravilhoso poder brincar com essas tintas todas. Te contei tudo, abri a regra do jogo.

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Acha que ela será o tipo que o público ama odiar?

A expectativa, sempre que a gente começa um trabalho, é a maior e melhor, mas a novela é uma caixinha de surpresas, é uma obra aberta, a gente nunca sabe o que vai acontecer. Eu dou a minha dedicação, minha paixão, minha entrega, para que, assim como eu estou me divertindo, o público se divirta também.

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