'Ela é icônica. Não vou a lugar algum', diz Pauley Parrette

Atriz conta como interpreta há 11 anos a Abby, de 'NCIS', sem desanimar e fala sobre envolvimento em causas sociais

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Por João Fernando
Atualização:

Há mais de uma década, Pauley Parrette chega às 7 h ao estúdio para repartir o cabelo, usar um figurino que pouco mudou nesse tempo e interpretar a mesma Abby, cientista forense da série NCIS, exibida aqui pelo AXN, toda terça, às 22 h. A atriz, porém, parece não ter se cansado da rotina e jura não querer se livrar da personagem. "Eu amo meu trabalho. Você está brincando comigo?", disse ao Estado, arregalando seus olhos azuis, durante encontro com jornalistas estrangeiros, em Los Angeles. A norte-americana de 44 anos está no projeto da série desde o começo. "Fui a primeira contratada. O processo todo começou há 12 anos. Este é o melhor emprego do mundo e eu sou a maior fã da Abby, mais que qualquer outra pessoa. Eu a amo. Não vou a lugar algum, ela é uma personagem icônica", defende. Pauley afirma que há uma geração formada por Abby. "Quando a série começou, havia meninas de oito anos vendo. Hoje, elas vão para a faculdade para cursar matemática ou ciências por causa da personagem. E não é só nos EUA, é mundial." A atriz mantém contato com as fãs de longa data. "Recebo cartas, tuitadas e e-mails. E-mails não, pois ninguém tem o meu. Meninas, suas mães e professoras de todo o mundo me dizem que elas estão seguindo essas carreiras porque assistem à personagem. É o 'efeito Abby'. Elas entenderam que também são capazes e exercer essa profissão. Pense que, há pouco tempo, as mulheres não tinha direito ao voto", prega. A permanência de Pauley no cargo tem justificativas numéricas. Mesmo com a série na 11ª temporada e o elenco principal, formado por Mark Harmon, Michael Weatherly e David McCallum, mantido desde a estreia, em 2003, NCIS vai muito bem nos índices. De acordo com informações da Nielsen, que mede a audiência da TV norte-americana, o penúltimo episódio, no dia 4 de fevereiro, foi assistido por cerca de 19 milhões de pessoas, seguida de seu spin-off, NCIS Los Angeles, com 16 milhões de telespectadores. Foi o melhor desempenho entre as séries da TV aberta naquele dia. No ano passado, a equipe teve uma baixa importante. Cote de Pablo, que interpretava a agente Ziva David, pediu para deixar a série. "Recebi mensagens no celular do (Mark) Harmon e dos produtores. Liguei para ele para saber o que estava acontecendo. Pensei que alguém tinha morrido", relembra. A atriz, porém, garante que não foi uma questão difícil. "Não houve drama, sempre encobrimos tudo. Nós temos uma coisa amorosa entre nós (do elenco). Estamos sempre juntos, nós nos amamos, é uma coisa real por 11 anos. Foi uma decisão de vida. Você não pode decidir pelos outros, mas pode entendê-los. Quando o personagem se vai, fica mais fácil lidar com isso na vida real", filosofa. Quando não está gravando, Pauley está envolvida em questões sociais e cuida de sem-teto de Los Angeles, onde mora. Para levantar fundos, ela usou o Twitter, do qual teve receio. "Eu era contra. Mas, a partir das minhas ações e de outras pessoas no Twitter, tudo se espalhou. Conseguimos arrecadar o dobro do que precisávamos. Isso salvou o abrigo e ajudou a tirar mais mulheres e crianças das ruas", conta ela, que luta pela causa gay. "Sou defensora dos sem-teto e uma porta-voz dos direitos LGBT, especialmente sobre casamento igualitário em âmbito federal", diz ela, animada para outro spin-off, NCIS Nova Orleans. "Nasci lá. Vou me vestir de Abby e dizer minhas falas, que são longas."

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