Drama sobre relação pai e filho surpreende

'Romulus, Meu Pai' é um belo exemplo de vida que o cinema australiano oferece com talento

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Por Antonio Gonçalves Filho
Atualização:

. Professor de Filosofia da Universidade Católica da Austrália, o alemão Raimond Gaitas, aos 63 anos, é também um ativista dos direitos humanos. Recentemente condenou a legalização da tortura como forma de defesa contra a ação de terroristas, defendida pelos setores mais reacionários da sociedade australiana. Gaitas sabe, afinal, o que significa sofrimento e injustiça. Teve uma infância miserável na Austrália, onde desembarcou aos quatro anos, logo após o fim da 2ª Guerra. Seu pai, romeno, quase enlouqueceu ao ver a mulher adúltera e depressiva traí-lo com seus melhores amigos, chegando mesmo a ser internado durante uma crise nervosa. É justamente o livro em que conta sua infância, Romulus, My Father, publicado em 1988 , que deu origem ao filme homônimo (lançamento Califórnia Filmes) que marca a estreia do diretor Richard Roxburgh, ator que interpreta o duque no musical Moulin Rouge. Lançado em 2007, o filme ganhou merecidamente todos os principais prêmios daquele ano concedidos pelo Australian Film Institute e o Film Critics Circle of Australia, destacando-se o ator Eric Bana como o pai dedicado que cria sozinho o futuro filósofo Raimond (Kodi Smit-McPhee). O que poderia ser um melodrama lacrimoso - a mãe morre, o pai vai para um hospital psiquiátrico - vira nas mãos de Roxburgh um filme delicado sobre a formação moral de um garoto na Austrália rural dos anos 1960. Contra todas as apostas, Gaitas cresce fiel ao exemplo paterno de dedicação e resignação, enfrentando a solidão, a falta de recursos e a desoladora paisagem do outback apenas para ficar ao lado do pai Romulus.   Romulus, meu pai Diretor: Richard Roxburgh Elenco: Eric Bana e Kodi Smit-McPhee Duração: 104 minutos Ano: 2007 Preço: R$ 44,90

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