Domingos Montagner encerra minissérie hoje e já tem convite de Glória Perez

Após término de 'O Brado Retumbante', ator tem peça agendada em São Paulo e volta à TV em novela das nove

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Por Aline Nunes
Atualização:

Na noite de hoje, Domingos Montagner, de 49 anos, irá tirar a faixa presidencial e se despedirá do gabinete do político Paulo Ventura, de O Brado Retumbante. Mas não será aí que terminará a saga do novo galã da Globo. Enquanto a poltrona presidencial ficar de férias da telinha por tempo indeterminado - o autor de O Brado, Euclydes Marinho, diz ter material para uma segunda temporada -, o ator voltará às origens, no tablado.

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O estojo de sombras brancas retornará à penteadeira, o batom avermelhado colorirá outra vez os lábios do paulistano Montagner e o espírito lúdico do universo dos palhaços invadirá a cena. O dono desse nariz vermelho será tão denso quanto os palhaços do quadrinista Laerte Coutinho, que em 2008 deu origem ao espetáculo A Noite dos Palhaços Mudos (2008) e rendeu a Montagner uma premiação no 21.º Prêmio Shell de Teatro. Mas agora com um peso internacional.

Afinal, a sátira O Mistério Bufo, protagonizado por Montagner a partir de março, no Sesi, abre e fecha cortinas no mundo inteiro desde 1969. O texto do dramaturgo italiano Dario Fo, que em 1997 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, já passou por Moscou, Amsterdã, Itália e outros. “O Dario tem uma ligação muito forte com o palhaço. Leio ele há anos, porque ele leva o palhaço a níveis importantíssimos”, conta Montagner, que há 14 anos, com Fernando Sampaio, transita por essa seara com a companhia de teatro La Mínima. Não por acaso, qualquer discussão sobre personagem de circo o anima. “O palhaço tem um espectro dramatúrgico muito maior que todos imaginam.”

 

 

Outros passos na televisão

Mesmo com a recente fama alcançada com a televisão, Montagner faz questão de não se distanciar dos palcos. “Sempre vou continuar com a minha companhia e com o circo (ele é fundador do Circo Zanni)”, diz. A televisão, então, é uma amante? “A TV não é minha amante, não. Eu não tenho amantes. Só o presidente Ventura mesmo”, brinca o ator em relação ao personagem mulherengo de O Brado Retumbante.

Isso, no entanto, não significa que ele não tenha tomado gosto pelo novo veículo. “A TV tem um alcance inegável, né? Pra mim, aconteceu de forma espontânea, mas fico feliz por ter acontecido”, conta ele, que não esperava pelo sucesso da novela Cordel Encantado (2011). “Eu sou de São Paulo, de uma geração distante da TV. A repercussão foi além do que eu esperava.”

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A popularidade do Capitão Herculano, de fato, surpreendeu. O autor de O Brado Retumbante, Euclydes Marinho, por exemplo, nem sabia da existência do artista. Porém, sob conselho do diretor Ricardo Waddington, foi vasculhar sobre o homem que estava “bombando” entre as mulheres. “E gostei dele”, conta Marinho.

O novelista João Emanuel Carneiro também gostou do que viu e o convidou para Avenida Brasil, sucessora de Fina Estampa, no horário nobre. No entanto, Montagner teve de declinar. “Já estava com o compromisso do teatro, em São Paulo”, diz. A lista de convites, porém, não terminou aí. A novelista Gloria Perez também não perdeu tempo e o chamou para o elenco de seu folhetim, ambientado entre a Turquia e o Morro do Alemão. Como a agenda do tablado estará livre em outubro, para quando o folhetim está previsto, o ator aceitou a proposta.

Na trama, protagonizada por Nanda Costa, o novo galã global contracenará com Cleo Pires. “A Cleo vai viver um romance com o Domingos Montagner. A outra ponta do triângulo conto depois”, escreveu Gloria Perez, no Twitter.

O futuro compromisso no Rio, porém, não faz com que o ator planeje uma mudança para a cidade carioca. “Prefiro ficar em São Paulo. Minha família está aqui, os meus filhos estudam aqui e uma mudança de família não é coisa simples. Prefiro ficar na ponte”, diz. Com os pés no chão, Montagner deve ir longe na TV.

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