De canal do esporte a clube da Luluzinha

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Por Julia Contier
Atualização:

  Durante muito tempo, a Band foi conhecida como o canal do futebol, do basquete, do vôlei... Mas, desta vez, o time de craques ganhou outro tipo de reforço. Adriane Galisteu, Luiza Brunet, Lorena Calábria e Silvia Poppovic entram em campo com jogadoras já da casa para uma nova disputa: atrair público feminino e tornar a emissora mais plural. "Queremos ter atrações para todos os tipos de público", fala o diretor de Programação da Band, Hélio Vargas. "Boa parte da audiência disponível na TV é composta por mulheres, nada mais natural que tentar atrair uma quantidade cada vez maior desse público." Veja também: O que vem por aí 'Espero que o casamento dure' Temendo estigmas, como a de canal do esporte, a Band nega que queira transformar-se em um canal "de mulherzinha". No entanto, sua direção concorda que faltavam atrações para cativar a mulher da classe C, predominante na TV aberta. "É preciso ter produtos para esse público. Senão, viramos um nicho", afirma o diretor comercial da emissora, Marcelo Mainardi. Com a mudança de perfil, o mercado anunciante já começou a se animar. Prova disso é que antes mesmo de entrar no canal, Adriane Galisteu já refletia no Comercial da rede. "Ela nem tinha sido contratada, e recebi três telefonemas de grandes marcas para reservar um espaço na nova atração dela", explica Mainardi, contando com essa "forcinha" para concretizar planos audaciosos da Band: crescer 8% em faturamento em relação ao ano passado. Muito em tempos de crise. "Nossas estreias de março irão favorecer a busca por essa meta", explica ele. A base são três novos programas: um de manhã, no estilo Hoje em Dia (Record); um de debates com Silvia Poppovic, na hora do almoço; e outro à noite, na linha de show, com Adriane Galisteu. Nenhum ainda com nome definido. MUDANÇA DE CURSO A busca por novos telespectadores não é de agora. Segundo Mainardi, desde 1999, depois que a emissora perdeu público masculino, a Band está em processo de transição. "Nosso erro foi ter percebido tardiamente o abandono do público masculino", diz. "Mas fomos obrigados a deixar o esporte. As parcerias ficaram caras e não conseguíamos honrar com direitos de transmissão." O canal então passou a exibir campeonatos de valor questionável para a audiência e acabou perdido no caminho. Nem lá, nem cá, o jeito foi partir para a busca pela audiência feminina, que já tem seus resultados. Se em 2001, o ibope da Band era composto por 54% de público masculino e 46% feminino, hoje a situação se inverteu. Os homens somam 47%, e as mulheres, 53%. Diretora artística e de Produção da Band, Elisabetta Zenatti concorda que as maiores estrelas do canal hoje sejam mulheres, mas nega a segmentação. "Não escolhemos mulheres por ter identificação com o público feminino", fala Zanatti. "Mas os programas novos têm o foco nesse público, que de qualquer forma prevalece na TV", continua. "Até por que já temos muito jornalismo e esporte. Temos que dar uma balanceada." COLABOROU ALLINE DAUROIZ

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