PUBLICIDADE

Crescer e aparecer. Bastante

Até ontem eles eram crianças, hoje estão beijando e até tendo filhos em novelas da vez

Por Patricia Villalba
Atualização:

     A gente percebe que está ficando velho quando vê a atriz Bruna Marquezine criancinha à tarde, como a Salete de Mulheres Apaixonadas (Globo), e logo depois como a adolescente Flor de Lys, que outro dia teve até cena de beijo em Negócio da China. Em cinco anos, cinco novelas - ela cresceu em frente às câmeras, trajetória ainda pouco comum para atores que começaram tão cedo.   Veja também: 'Quer dizer que não sou mais fofinho?' Ela quer dar autógrafo "O comentário que eu mais ouço é esse "nossa, como você cresceu!"", conta Bruna, discurso articulado em voz de menina. "Acho que é porque a última personagem que fiz, a Maria Augusta (em Desejo Proibido) era uma adolescente dos anos 30, ainda muito menininha. Agora, como a Flor de Lys é toda moderninha, deu para perceber bem a diferença", teoriza ela, hoje com 13 anos. Bruna chamou a atenção pela primeira vez aos 5 anos, em um institucional da Polícia Militar de São Paulo, sobre suicídios entre policiais. "Quem ia fazer era um menino de 3 anos, eu fui de stand by. Só que ele ficou descontrolado quando foram passar o texto, e ele ouviu que o pai não iria mais voltar. Era o pai do comercial! Daí, eu fiz numa boa", lembra. Não é de se admirar, portanto, que ela tenha sido escalada para o papel da sofrida Salete, dois anos depois. Quem não ficava com o coração apertado ao ver a lindinha chorando depois de perder a mãe, atingida por uma bala perdida? Ela jura que encarou tudo numa boa e, mais, que tinha total consciência do que se passava com sua personagem. Mesmo assim: "Dois minutos depois das cenas de choro, eu já estava contando piadas!", diverte-se. "Na época, me perguntavam como eu fazia para chorar daquele jeito. Pra conseguir, só mesmo me concentrando muito na história da Salete. Eu chorava pelo que estava acontecendo com ela." Antes de Bruna e, como ela, numa novela de Manoel Carlos, Cecília Dassi fez meio mundo tirar os lenços da gaveta, como a Sandrinha de Por Amor (1997). Hoje, lá está ela causando espanto nas telespectadoras-tias, como a Natália, da novela das 7, Três Irmãs - "Peraí, essa não é a Sandrinha? Grávida?", deve ter sido o comentário. "Parece que o tempo passa só pra gente, né?", diz Cecília. "As pessoas veem a gente pequenininho na TV e se sentem muito próximos, por isso acham que a gente cresceu tão rápido. Eu mesma sou assim. Quando vi a Bruna em Negócio da China, me espantei!" Com 19 anos e sete novelas no currículo, Cecília pode falar de cadeira o que é crescer na frente das câmeras. Não é fácil. Mas mais difícil ainda é conseguir convencer que cresceu sem cair em uma espécie de vácuo que atinge as carreiras de ex-atores-mirins. "Tem um momento em que você já não pode mais fazer os papéis de criança e ainda não lhe dão papéis mais densos, porque o Juizado de Menores não permite", diz ela. "Só posso fazer a Natália (adolescente grávida) porque tenho 19 anos, mesmo ela tendo 16." É por isso que Pedro Malta - lembra do Lipe, de Coração de Estudante (2002)? - comemora o beijo que deu em cena, em Os Mutantes (Record). "Sempre fiz personagens mais novos. O Eugênio, finalmente, tem a mesma idade que eu!", observa ele (leia ao lado). Cecília, agora que já beijou em cena - antes que na vida real, com 12 anos, Kayky Brito em O Beijo do Vampiro - e já foi grávida de novela, espera poder aproveitar o rosto angelical para mascarar uma vilã peçonhenta. "Não quero, de jeito nenhum, que esqueçam de como eu era quando pequena, mas também não quero me limitar. Seria bacana ter um personagem para dar um choque", diz. Tipo a Flora? "Nossa, é tudo o que eu precisava!"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.