
05 de dezembro de 2013 | 11h20
Se a torcida dos candidatos do The Voice canta junto durante as apresentações dos artistas, os amigos e fãs dos participantes do Prelúdio, show de calouros de música clássica da TV Cultura, têm de ficar quietos até o número musical acabar para poder aplaudir. Foi entre longos silêncios e palmas que a plateia da Sala São Paulo participou da gravação da final, que vai ao ar no domingo, ao meio-dia.
Na disputa, as sopranos Camila Titinger, 24 anos, e Lilian Giovanini, 23, enfrentaram o violinista Wellington Rebouças, 22, e o violoncelista Isaac Andrade, também de 22 anos. Os quatro brigaram por uma bolsa de estudos na Alemanha e um concerto previsto para 2014. Entre os blocos, a apresentadora Roberta Martinelli conversava com o público e brincava com o fato de o programa ser gravado. “No futuro, a gente está no intervalo.”
Cada candidato subiu ao palco separadamente. Os quatro fizeram suas performances com a orquestra Prelúdio, regida por Júlio Medaglia, idealizador da competição, exibida pela primeira vez em 2005. Todos ficaram de frente para os jurados, que desta vez foram cinco, um a mais que a edição passada, em 2010. “Antes, eu é que dava o voto de minerva quando tinha empate”, contou o maestro.
Nos quase dois meses no ar, 24 jovens instrumentistas e cantores de música erudita foram pinçados entre 150 inscritos. “Um grupo de 16 professores e músicos fez a seleção”, conta Marcos Rombino, um dos diretores da atração.
Segundo ele, os vencedores das edições passadas tiveram sobrevida na profissão. “Alguns têm carreira solo. Outros estão em orquestras dentro e fora do Brasil”, conta o diretor. Júlio Medaglia afirma que o interesse dos jovens pela música erudita tem aumentado. “Está se criando uma nova geração, é uma boa surpresa. E o nível está cada vez mais alto. A música popular está uma porcaria. Outro dia, vi uma cena da novela em que um (personagem) contava para o outro que havia encontrado o filho no lixo. Ficava um olhando para a cara do outro, não tinha música. É uma tristeza”, disse o regente ao Estado.
O maestro ensaiou com os calouros três vezes por semana durante a temporada. Para ele, todos estavam no mesmo patamar. “Se qualquer um ganhasse, seria a decisão correta.” Ele deseja reencontrar antigos pupilos. “Sonho em juntar os vencedores para fazer uma orquestra. Tem esse vigor da juventude.”
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