
21 de junho de 2009 | 00h33
Mais difícil do que conseguir um príncipe é mantê-lo. Por isso, o "felizes para sempre" de Maya (Juliana Paes) em Caminho das Índias é tão sofrido. Ela casou com o Raj (Rodrigo Lombardi), mas quem disse que é fácil manter o príncipe? Apesar de estar com o risco do casal perfeito nos olhos, a mulher vive esbaforida e suando frio, com medo de ser descoberta (casou grávida do Bahuan e agora teme que o marido descubra que não é pai do Niraj).
Sai o drama da mulher que procura um homem; entra o drama da mulher que já encontrou o homem e agora tem de defendê-lo das ameaças externas por mais 200 capítulos - ufa. É a síndrome do "cheguei lá e agora?" ou a confirmação da máxima "homem bonito dá muito trabalho".
E é justamente por ter achado o "felizes para sempre" um tédio, que o bocó do Raul (Alexandre Borges) está vivendo de sanduíche de mortadela em Dubai, depois que a amante psicopata lhe roubou todo o dinheiro e fugiu com o personagem do Odilon Wagner. Isso, depois de ele simular a própria morte, abandonando mulher e família. Ele explicou para o Gopal (André Gonçalves) que se deixou levar pela Yvone (Letícia Sabatella) porque estava entediado na vida perfeita - taí, simular a própria morte é remédio antimonotonia no "felizes para sempre".
O Raul é um chiliquento egoísta. Mas admito que é de cortar o coração a imagem do Alexandre Borges jogado na sarjeta, ainda mais com camiseta de decote V. Mais um acerto da figurinista Emília Duncan: aquela camiseta é elemento cênico fundamental para que o Raul não sofra um linchamento da audiência! O personagem tem sorte de ser carregado por um membro do seleto grupo de homens que podem usar gola V impunemente até depois dos 40 anos, sem levantar boatos. De improviso, só três homens vêm à minha cabeça: Dado Dolabella que, enfim, tem todo aquele passado; Barack Obama, que dá golpe de caratê em mosca; e o meu namorado, cuja identidade não vou revelar para manter o meu "felizes para sempre" longe de ameaças.
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