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Cesare Battisti fala a Mario Sergio Conti na estreia de ‘Diálogos’

Ex-ativista italiano inaugura novo programa de entrevistas do jornalista na Globonews

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Programa de entrevistas ao vivo na TV é sempre uma tensão, mas Mario Sergio Conti não é chegado a zonas de conforto nem a lugar comum. Logo na estreia de seus Diálogos, programa de TV que nesta quinta, às 23 horas, na Globonews, contará com um entrevistado que até há bem pouco tempo preferiria passar longe dos holofotes. Lá estará Cesare Battisti, ex-ativista político que entrou no foco de uma longa discussão envolvendo o então presidente Lula e o Superior Tribunal Federal (STF), em razão de um pedido de extradição feito pelo governo italiano, que o acusa de homicídios, assaltos e outras ações cometidas nos anos 1970.

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"Pois é, ele topou. Vamos ver o que acontece", comenta Conti, com aquele ar blasé de quem parece não se espantar com nada - nem com perguntas que, para a maioria dos festivos entrevistadores que hoje lotam a TV, poderiam causar constrangimento. Questões como "A senhora já roubou?", ou "O senhor já matou alguém?" pontuam as chamadas de Diálogos.

Outro ponto absolutamente incomum diz respeito à iluminação e à concepção visual do cenário, obra do fotógrafo J. R. Duran. "Ele é meu amigo e vizinho", justifica o jornalista. A ideia é buscar um aspecto mais intimista que a média geral de cenários do gênero.

O leque de assuntos promete ser irrestrito, passando por esportes, cultura, política, moda, economia e o que mais for relevante para o momento.

Realizada nos estúdios da Globonews em São Paulo, esta será a segunda experiência de Conti na TV. A primeira, encerrada em agosto passado, foi uma bem sucedida passagem de dois anos pelo Roda Viva, na TV Cultura. Conti foi dispensado pelo presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, que tentou interferir no agendamento de uma entrevista e depois justificou que o salário dele seria muito alto, mais que o seu. "Ah, mas eu merecia", responde Conti ao Estado, rindo. A premissa de quem perde um amigo mas não perde a notícia se mantém inabalável. "Até porque não tenho muitos amigos mesmo", conclui.

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