Ator de ‘Demolidor’, Jon Bernthal não curtia HQs

Passou a gostar de comics ao ganhar papel na série que estreia a 2ª temporada nesta sexta, 18

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Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:

BUENOS AIRES - O ator escolhido para encarnar o Justiceiro, da Marvel, não gostava de quadrinhos, muito menos do próprio personagem. Jon Bernthal só passou a se interessar pelo universo dos comics depois de ganhar o papel e, com ele, o direito de distribuir pancadas e tiros que os assinantes da Netflix poderão ver a partir desta sexta-feira, dia 18, na segunda temporada da série Demolidor. “Não tenho por que mentir, eu não gostava de quadrinhos. Quando eu consegui o trabalho, comecei a ler tudo o que podia e virei um grande fã. Hoje, vou ser encontrado facilmente com uma revista nas mãos”, disse ao Estado na quinta, 17, em Buenos Aires, em uma apresentação da Netflix que levou à capital argentina alguns dos protagonistas de seus principais produtos, como House of Cards, Orange is the New Black e The Ranch, que terá Ashton Kutcher no elenco. Comedido nas palavras, Bernthal não aceita a classificação de anti-herói para Frank Castle, o personagem que busca um acerto de contas permanente com os assassinos de sua família. “Eu nunca seria capaz de fazer esse papel se não fosse um marido e pai. Eu me coloco no lugar dele”, explicou o ator americano, permanentemente carrancudo durante suas aparições no papel e, segundo ele mesmo, também nas gravações. “Não sou de ficar fazendo brincadeiras no estúdio.” O personagem que exige tanta concentração é Frank Castle, um americano de origem italiana nascido no Queens, em Nova York. Castle é criado num ambiente católico, assim como o advogado cego Matt Murdock (Charlie Cox), a quem caberá defendê-lo de acusações de assassinato em sua busca por vingança.  O defensor engravatado é a versão mais polida do Demolidor, que depois de perder a visão na infância sai à noite para distribuir socos e golpes de artes marciais em bandidos da vizinhança.  Na nova temporada, o Demolidor tem a ajuda incômoda de Elektra Natchios (a francesa Élodie Yung, de origem cambojana), uma ex-namorada da faculdade que reaparece para aumentar ainda mais seus dilemas morais sobre a forma mais prática de fazer justiça. Bernthal, o Shane de The Walking Dead, afirmou que sua passagem pela série de mortos-vivos teve a duração adequada. “Sou muito agradecido à série, tenho grandes amigos, mas acho que morri na hora certa. Pude sair e contracenar com grandes diretores e atores desde então”, afirmou ainda. Frank Castle também é defendido pelos assessores de Murdock/Demolidor, seu sócio Foggy (Elden Henson), e a secretária/atual namorada Karen Page (Deborah Ann Woll). “A missão do Justiceiro não é fazer justiça, não é algo mortal moral, não tem certo ou errado, não é limpar a criminalidade de Hells’ Kitchen (bairro nova-iorquino). Essa é a tarefa do Demolidor. Ele só quer vingar a morte da família dele”, defende Bernthal, que não foi escolhido por acaso para representar a série na apresentação na Argentina. Seu personagem divide protagonismo com o Demolidor, que chegou ao serviço de vídeo há menos de um ano em 13 episódios, com a missão quase impossível de ser um super-herói, ser mais real. O Demolidor não lida com ameaças globais, mas os caras malvados de sua região. Apesar de ser cego, seu personagem “enxerga” por uma espécie de radar criado pelos outros sentidos. O filme sobre o personagem, estrelado em 2003 por Ben Affleck e dirigido por Mark Steven Johnson, não foi bem-sucedido.  No formato de capítulos, o Demolidor teve boa aceitação, tanto que foi colocada no ar a segunda temporada em menos de um ano. Embora não classifique a série como um produto infantil, o diretor de aquisição de conteúdo para crianças, adolescentes e família, Andy Yeatman, reconhece que produtos de super-heróis em formato de série costumam ter uma estrutura mais simples do que a do cinema e atingem também esse público.  Ao Estado, ele afirmou que a Netflix superou percalços iniciais no Brasil, facilitando formas de pagamento, melhorando a qualidade do serviço e se adaptando a diferenças culturais. Ele destacou ainda que o mercado brasileiro de consumo infantil de produtos da empresa é o maior fora dos EUA.

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