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Assassino por natureza

Michael C. Hall fala sobre o sucesso de Dexter e diz que não se desliga do serial killer nem nas férias

Por Etienne Jacintho
Atualização:

Alguns acham Dexter charmoso, outros acreditam que ele está do lado da Justiça, mas poucos o vêem como assassino. Fato é que Dexter, o serial killer mais adorado da TV, cumpriu sua missão na 1ª temporada: ganhar a empatia do público. Agora, no fim do 2º ano (em cartaz no FX, quintas, às 22h) e no 3º ano, ele vai mostrar um lado obscuro. Quem defende essa tese é o ator Michael C. Hall, intérprete do psicopata, em entrevista em Los Angeles. Veja também:Criador diz sentir inveja da sériePúblico vê mortes pelos olhos do criminoso "A 1ª temporada trouxe uma identificação e uma empatia das pessoas por Dexter", fala o ator, antecipando os acontecimentos do 3º ano da série. "Uma vez que isso foi alcançado, acho interessante ver que, enquanto Dexter caminha em direção a um comportamento mais humano na 3ª temporada, ele também vai para um território mais obscuro em relação à compulsão e ao modo de matar." Para Hall, isso pode afetar o público, mas não deixa de ser bacana para seu trabalho. "Quero desafiar a afeição da audiência, mas Dexter não vai sair matando inocentes. Vê-lo mover-se mais rápido e sem ser tão temente ao código (de Harry, pai de Dexter) é algo irresistível para o público." Para quem não conhece a série, Dexter mostra um serial killer, cujo pai policial o treina, desde a infância, para saciar sua sede assassina com quem, segundo Harry, merece a morte. Então, Dexter se transforma em perito criminal, especialista em análise de sangue, e usa seus conhecimentos para perseguir criminosos e fazer justiça com as próprias mãos. No 1º ano, o público vê Dexter caçar um serial killer. Já na 2ª temporada, o serial killer que está na mira da polícia é o próprio Dexter. Apesar de elogiada pela crítica e pelo público, a série vem causando polêmica por ter transformado o justiceiro em herói. "Eu diria que a série encoraja pessoas a empatizarem com Dexter, não sei se vai além disso. Talvez, mas não sei", defende o ator, familiarizado com polêmica. Hall estourou na TV em A Sete Palmos (Six Feet Under), sobre uma família nada convencional que dirigia uma funerária. Na série, ele interpretava um gay que namorava um negro. Foi sucesso na HBO. "É a minha década na TV!", fala Hall, que será um serial killer por, no mínimo, cinco anos, um recorde. "Sempre vivem serial killer em um filme ou por uma hora, porém, quando a temporada termina, não tenho a sensação de ?cansei disso?, mas é bom dar um tempo para sentir a mudança de sabor quando volto a filmar." Hall diz que não se livra de Dexter, nem nas férias. "Estou sempre preocupado em como interpretá-lo. Nunca me desligo completamente do personagem, sempre penso no que virá mais tarde."

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