Aracy Balabanian transita entre o drama e comédia com maestria

Atriz está no ar como a italiana Geppina na novela das 6, 'Sol Nascente'

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Por Adriana Del Ré
Atualização:

Aracy Balabanian é uma atriz de muitos recursos. E transita entre o drama e a comédia com a mesma maestria com que cria sotaques para seus personagens estrangeiros. Entre eles, como se esquecer da memorável Dona Armênia, das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus Nos Acuda (1992), ou da matriarca italiana Filomena, de A Próxima Vítima (1995). Agora, no folhetim das 6, Sol Nascente, de Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer, Aracy agregou outra italiana a seu rol de papéis. Interpreta Geppina, que, com seu amado Gaetano (Francisco Cuoco), sai da Itália, fugida da máfia, em direção ao Brasil. No novo país, o casal reconstrói sua vida e forma a família De Angeli, da qual ainda fazem parte o filho Vittorio (Marcello Novaes) e os três netos, Mario (Bruno Gagliasso), Peppino (João Côrtes) e Milena (Giovanna Lancellotti) – que não sabem do passado dos dois. “Geppina é uma mulher que, ainda muito jovem, na Itália, estava namorando com um cara da máfia. Mas, como se apaixona por outro, os dois são ameaçados e resolvem seguir para o Brasil, e estão aqui em constante susto, porque a máfia pode chegar a qualquer momento e liquidar com eles”, conta Aracy Balabanian, em entrevista ao Estado, por telefone, do Rio, onde vive há quase 40 anos.

Aracy não tem ascendência italiana, mas, sim, armênia. Nascida em Matogrosso do Sul, mudou-se ainda criança para São Paulo, onde morou boa parte de sua vida – e conheceu muitos italianos. “São pessoas sempre adoráveis, muito generosas, como são os armênios também”, compara ela. “Há muita semelhança entre a mãezona italiana e a mãezona armênia, como reunir a família sempre em volta da mesa e tentarem manter a dignidade dela.”

A atriz. São 53 anos de carreira, que se iniciou no teatro Foto: Fabio Motta|Estadão

Aracy colecionou grandes papéis ao longo dessas décadas, mas ela acredita que o tal divisor de águas na carreira foi sua Dona Armênia. “Eu sempre fazia as mocinhas mais sofredoras. Acontece que o Silvio de Abreu (autor de Rainha da Sucata), que é muito meu amigo, disse: ‘vamos mostrar um pouco seu lado mais extrovertido’. Eu conhecia a língua armênia, sabia que o tom era aquele, porque eu vivi aquilo com minha família”, observa. “Dona Armênia deu oportunidade de mostrar um outro lado meu na televisão. Não sou só dramática, não sou só trágica – como me chamava o (crítico de teatro) Sábato Magaldi.”

Ela retomou Dona Armênia em Deus Nos Acuda, também de Silvio de Abreu, e, em 1996, fez nova incursão pela comédia como Cassandra, no programa Sai de Baixo, que ficou no ar, na Globo, até 2002 e ganhou episódios especiais em 2013. “Eu adorava fazer. E tínhamos duas plateias por dia. Então, era uma coisa viva para nós. Até hoje, por incrível que pareça, as pessoas falam comigo como se eu tivesse feito Sai de Baixo ontem”, conta. “Adorei trabalhar com Miguel (Falabella), Marisa Orth, Luis Gustavo, Claudia Jimenez e, depois, a Claudia Rodrigues. Por mim, eu estaria fazendo até hoje.”

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