29 de abril de 2020 | 05h00
A estreia da primeira temporada de Westworld apontava para um futuro ainda em gestação. Um parque de diversões futurista que extrapola a experiência de morte e permite ao visitante atender desejos condenados na sociedade sem o risco do dano. Para muitos, um paraíso invertido. Ao custo de investimento em tecnologia, humanos podem matar, namorar, assaltar bancos e fugir correndo a cavalo. De outro lado, os anfitriões da trama superam a crise existencial dos clones humanos de Blade Runner.
Na série, o corpo deixa de ser o limite da identidade. A personagem Dolores, em Westworld, reconhece que a repetição a que foi destinada precisa ser interrompida, na base da extinção de todos os envolvidos. O fim pelo fim.
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Ao custo do caos, a empresa Delos tem o mesmo destino de Parque dos Dinossauros. O debate econômico e corporativo versus a vida criada que se rebelou contra o criador. Na terceira temporada da série, o ano é 2058 e a tecnologia se une ao corpo humano, ampliando a capacidade de percepção e aprofundando a ferida aberta da ganância. Ao contrário de Dolores, a anfitriã Maeve deseja uma outra revolução: superaquecer o sistema, de dentro.
Enquanto isso, o mundo vira um globo flutuante ao sabor de ataques cibernéticos, com direito a cena em que o Brasil tem Amazônia preservada e eleições burladas por um aplicativo.
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