Análise: Amazon Prime Video, concorrente da Netflix, se garante por preciosidades no catálogo

‘Seinfeld’, ‘’Transparent’ e ‘Mozart In The Jungle’ são algumas das novidades bem-vindas oferecidas pelo serviço

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Por Pedro Antunes
Atualização:

Agora, a coisa ficou séria. 

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Netflix e HBO Go ganharam um concorrente de peso – com bastante prestígio no mercado norte-americano –, para disputar a preferência dos brasileiros em serviços de TV por streaming. 

Amazon Prime Video chegou ao País nesta quarta-feira, 14, mostrando que seu serviço ainda engatinha, com problemas na usabilidade da versão mobile ou desktop, poucos títulos disponíveis, mas algumas das produções pelas quais vale a pena pagar US$ 2,99 (preço promocional nos primeiros seis meses de assinatura). 

Seinfeld 

A Netflix nasceu como uma empresa que, veja só, funcionava como uma locadora de vídeos que entregava os DVDs diretamente para seus consumidores com mais comodidade. Aos poucos, ela migrou para o mundo do streaming, no qual é possível assistir qualquer título do catálogo, filmes, séries, documentários, com uma conexão com a internet. 

Pioneira, a Netflix gozou da vantagem inicial – e deve ser o principal serviço de streaming para quem já embarcou nesse novo tipo de consumo de conteúdo audiovisual. 

A Amazon Prime Video entrou de cabeça no streaming anos depois – o serviço chegou a alguns países da Europa, como Alemanha, e no Reino Unido somente há dois anos. Mas aprendeu com o que a Netflix tinha de melhor. 

Há pelo menos três anos, os serviços de TV on demand entenderam que precisavam contar com algo diferencial – e, obviamente, um extenso catálogo. São as tais produções originais. 

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A forma de se fazer TV hoje é diferente daquela de anos atrás. Séries não precisam deixar ganchos mirabolantes ao final de cada episódio para obrigar o telespectador a ligar a televisão na mesma emissora na semana seguinte. Também oferece a chance de se criar arcos maiores, que se conectam, sem a necessidade de começo, meio e fim a cada episódio de meia hora. 

Com o streaming, a narrativa é contínua (os serviços, inclusive, costumam seguir para o episódio seguinte sem que a gente precise apertar qualquer botão). A intensidade pode – e deve – ser extensa. 

 Netflix, por exemplo, tem seus blockbusters, como a aclamada pela crítica House of Cards ou a simpática Orange Is the New Black. Atualmente, a empresa até tem uma parceria com a Marvel para produzir séries baseadas em personagens soturnos da editora de quadrinhos, como Demolidor, Justiceiro, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. 

A Amazon entendeu isso bem rápido. E, mesmo sem seriados arrasa-quarteirões, faz bonito nesse sentido. 

É dela, por exemplo, a ótima Transparent, estrelada por um excelente Jeffrey Tambor. O ator interpreta um pai que abre para a família a sua identidade como mulher. Com duas temporadas, a série garantiu 8 prêmios do Emmy e dois Globos de Ouro. 

Há ainda Mozart In the Jungle, série que foi lembrada na seleção de indicados ao Globo de Ouro de 2017, estrelada por Gael García Bernal. E não faltam bons outros nomes que farão você gastar horas na frente da TV (do celular, tablet, computador, notebook). Goliath e Hand of God também são algumas delas. Já Crisis in Six Scenes, primeira aventura deWoody Allen pela TV, estará disponível em breve. 

Um dos hits da Amazon, com várias indicações ao Globo de Ouro 2017, a série com Gael García Bernal conta a história do maestro Rodrigo buscando oportunidades e o amor em Nova York. Foto: Reprodução

Além dessas ótimas produções, a Amazon Prime Video tem a divertida Comunity, a aclamada Mr. Robot e Seinfeld, adorada série do comediante Jerry Seinfeld. A tríade também não está disponível na Netflix. Outro ponto para o novo concorrente. 

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Há poucas horas disponível no País, contudo, a Amazon Prime Video ainda engatinha em todos os outros sentidos. Menus estão todos em inglês e é preciso buscar os títulos também na língua original. 

No mobile e no desktop, ainda há poucas categorias para se navegar pelas opções de títulos que o serviço oferece. 

O catálogo, com exceção das boas produções originais, é fraquíssimo. Você não encontrará filmes de Woody Allen, muito menos da parceria Marvel/Disney – se quiser assistir a um dos Transformers ou G.I. Joe: A Origem de Cobra é possível, embora não aconselhe. 

Forte nos Estados Unidos, é pouco provável que a Amazon Prime Video se mantenha assim por muito tempo. O app e a versão desktop serão aprimorados, certamente. 

E, mesmo se não forem, vale a pena gastar os US$ 2,99 promocionais nestes primeiros seis meses, consumir essas ótimas séries disponíveis ali, e depois cancelar a assinatura. 

Em tempos de TV por streaming, isso já ficou claro. Quem tem o poder de escolha é você.