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‘Agente Oculto', com Ryan Gosling e Chris Evans, é aposta bilionária da Netflix

Com orçamento de US$ 200 milhões, superprodução da plataforma de streaming traz mais ação e aventura; veja trailer

Por Mariane Morisawa
Atualização:
Ryan Gosling é o protagonista do filme 'Agente Oculto' Foto: Stanislav Honzik/Netflix

Agente Oculto, estreia desta sexta, 22, na Netflix, é a nova superprodução do serviço de streaming, com orçamento polpudo, de mais de US$ 200 milhões, elenco estelar com Ryan Gosling, Chris Evans, Ana de Armas, Billy Bob Thornton, Regé-Jean Page, além do brasileiro Wagner Moura, e direção dos irmãos Russo, Anthony e Joe, conhecidos por fazer quatro filmes da Marvel, incluindo Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Só uma das sequências de ação, rodada em Praga, custou cerca de US$ 40 milhões e levou um mês para ser produzida. 

O longa também marca a estreia de Ryan Gosling nos filmes de ação. “Tive de treinar muito”, disse o ator, que interpreta Sierra Six, um assassino treinado pela CIA para ser invisível, em entrevista coletiva virtual. “Também tive ajuda de um consultor chamado Chili Palmer, que me deu dicas como sempre ter um saco de balas e amarrar o cadarço na porta ao dormir, porque você vai saber se alguém tentar entrar.”

Chris Evans em cena do filme 'Agente Oculto' Foto: Stanislav Honzik/Netflix

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No filme baseado no livro de Mark Greaney, Gosling é um jovem recrutado na prisão por Donald Fitzroy (Billy Bob Thornton) para virar um agente oculto do programa Sierra, da CIA. Mas agora o programa está em baixa na agência, e Denny Carmichael (Regé-Jean Page) vai fazer de tudo para eliminar Six, enviando o assassino mercenário Lloyd Hansen (Chris Evans). “Interpretar um vilão é sempre um pouco mais divertido”, contou Evans, que fez o Capitão América por vários anos, na coletiva de imprensa. “Trabalhar com os Russo me dá uma sensação de liberdade e confiança, o que faz com que me arrisque mais.”

Salto alto

Six terá ajuda da agente Dani Miranda (Ana de Armas), mas vai ter também de tentar salvar Claire (Julia Butters), a sobrinha de Donald, que foi sequestrada. “Acho muito legal apresentar mulheres em filmes de ação que não estejam usando saltos altos enquanto lutam com os caras”, afirmou Butters, que tem 13 anos. “É importante mostrá-las com respeito e poder ao mesmo tempo.” Ana de Armas, bem-humorada, lembrou que já fez isso - lutar de saltos altos - no filme de James Bond 007 - Sem Tempo para Morrer. Mas concordou com Butters. “É bacana mostrar o poder feminino de maneira diferente.” 

Wagner Moura interpreta Lazlo Sosa, um falsificador de documentos que tem um papel pequeno, mas importante. “Qualquer coisa que eu pudesse jogar em Ryan, ele estava pegando e devolvendo”, ressaltou Moura em entrevista. “Esse é o tipo de coisa que você sente quando assiste a um filme, a eletricidade entre os atores. É como se estivéssemos em um jogo intenso de vôlei.”

Cena do filme 'Agente Oculto', com Regé-Jean Page e Ana de Armas Foto: Stanislav Honzik/Netflix

A ideia dos irmãos Russo é que Agente Oculto seja uma produção de espionagem para os dias de hoje. “Bond tem mais de 60 anos, e Bourne, uns 20. Este longa está conectado com assuntos que acontecem agora no mundo.” E, quem sabe, que inaugure uma série de filmes tão bem-sucedida quanto as de James Bond e Jason Bourne.

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Empresa procura franquia que alivie a queda do número de assinantes

A Netflix, o maior serviço de streaming do mundo, com cerca de 220 milhões de membros, está em busca de um sucesso que traga mais assinantes e, de preferência, seja uma grife da plataforma. “Eu acredito que eles esperam encontrar uma galinha dos ovos de ouro em algum momento”, disse o analista de mercado Bruce Nash ao site The Wrap. “O grande ponto fraco da Netflix em comparação com Disney+ e HBO Max é não ter direitos exclusivos de uma franquia cinematográfica, então faz sentido eles continuarem tentando preencher essa lacuna.”

Nos últimos meses, a antes aparentemente inabalável companhia, pioneira do streaming, sofreu alguns baques. Em abril, as ações caíram 37% com a notícia de que tinha perdido 200 mil assinantes, o que provocou demissões em massa. As previsões para o segundo trimestre eram ainda mais catastróficas. E, de fato, a Netflix perdeu 970 mil assinantes. Mas as ações subiram. Isso porque o número, embora represente um recorde de perdas, foi bem menor do que o esperado, graças, principalmente, à quarta temporada de Stranger Things.

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Volumes

Por isso a vontade de que superproduções como Alerta Vermelho, com Ryan Reynolds, Dwayne Johnson e Gal Gadot, e agora Agente Oculto virem franquias e conquistem fãs dispostos a assinar o serviço por causa desses produtos. Em entrevista ao jornal The New York Times, o diretor de filmes mundiais Scott Stuber disse: “Não estamos reduzindo drasticamente os investimentos, mas vamos reduzir volumes. Estamos tentando ser mais conscientes. Estávamos em um negócio que apostou por muito tempo no volume. Agora estamos sendo mais estratégicos e focados”. Neste ano fiscal, a empresa espera investir US$ 18 bilhões em conteúdo.

Ryan Reynolds, Gal Gadot e Dwayne Johnson estrelam o filme 'Alerta Vermelho' Foto: Imagem Filmes

Há décadas os grandes estúdios de cinema de Hollywood produzem quase somente superproduções que custam acima de US$ 150 milhões. Daí a necessidade de marcas fortes e conhecidas, sejam originalmente quadrinhos ou livros, para trazer um público gigante aos cinemas. A questão é que a Netflix não tem a mesma rentabilidade - por mais que tenha aumentado os preços, eles ainda são inferiores aos arrecadados nas bilheterias. Mesmo com o sucesso, Alerta Vermelho não foi capaz de ajudar a alcançar a meta de assinantes para aquele trimestre. Mas a Netflix deve seguir tentando.

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