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Adriano Tunes estreia na TV após trabalhos como ator e dramaturgo no teatro

No próximo mês, ele deve iniciar a filmagem da série 'Eu, Minha Avó e a Boi', escrita por Miguel Falabella, na qual interpreta um travesti

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Por Ubiratan Brasil
Atualização:
O atorAdriano Tunes vai estrear na TV na série 'Eu, Minha Avóe a Boi' Foto: Hélvio Romero/Estadão

Aos 34 anos, Adriano Tunes prepara-se para dar um grande salto em sua carreira – no próximo mês, ele deverá iniciar a filmagem da série Eu, Minha Avó e a Boi, escrita por Miguel Falabella e que a Globo deverá colocar à disposição os 12 episódios em seu canal de streaming, Globoplay, no segundo semestre. “Viverei um tipo inédito para mim, a travesti Sapore”, conta o ator, cuja afinidade com o humor foi decisiva para sua escolha, pois Falabella se encantou com a caracterização que Tunes fez de Mazzaropi, em Hebe, o Musical, em 2017.

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“O engraçado é que fiz teste para viver o Aguinaldo Rayol, mas o Falabella gostou da forma como me apropriei das características de Mazzaropi e me deu o papel”, diverte-se o ator, cuja versatilidade é uma de suas principais características. Afinal, desde que deu o grande salto em sua carreira em O Musical Mamonas (2016), no qual viveu Júlio Rasec, um dos cinco garotos da banda de Guarulhos que conquistou o Brasil na metade dos anos 1990, Tunes conseguia surpreender a cada novo trabalho. Exemplo? Depois de excursionar com a história dos Mamonas, o ator dá uma guinada e estreia, em 2017, a peça Aos Domingos, texto intimista escrito por ele mesmo e no qual viveu uma personagem feminina da terceira idade, Evangelina, que sofria com a doença de Alzheimer e sentia saudade dos filhos independentes e muito ocupados.

No mesmo ano, Tunes retornou aos musicais em Hebe e, no ano passado, esteve em Os Produtores, novamente sob a direção de Falabella. O gênero é familiar ao ator que, mais jovem, fez vários shows ao lado do irmão Alexandre. “Ele sempre foi minha inspiração”, conta Adriano, que sempre buscou a diversificação, desde viver um palhaço no início de carreira até passar oito meses fazendo animação em um transatlântico de turismo, que chegou até a Europa.

De olho nessa flexibilidade artística, Falabella o convidou para a série Eu, Minha Avó e a Boi, escrita por ele por indicação de Glória Perez, hoje responsável pela teledramaturgia da Globo. No ano passado, Glória recebeu a dica para escrever uma história curiosa baseada em um fato real. Mas, ao notar o teor da trama, percebeu que se tratava de um prato cheio para Falabella.

A série se baseia em uma história viral contada por um usuário do Twitter, Eduardo Almeida. Em junho de 2017, enquanto aguardava para comprar um pão de queijo, ele começou a tuitar sobre a rivalidade envolvendo sua avó e uma vizinha, um conflito que se estendia por 50 anos, pois ambas sempre foram vizinhas, desde a infância. A raiva entre as senhoras era tamanha que a avó de Eduardo deixou de xingar a inimiga de “vaca”, como fazia muito, para insultá-la por “boi”. “Ela considerava machismo demais ofender a outra por ‘vaca’, daí ter mudado”, diverte-se Tunes, que viverá um dos personagens ficcionais criados por Falabella para dar mais dinamismo à trama.

Engana-se, porém, quem acreditar que a travesti Sapore tem ascendência oriental. “O nome é mais uma das brincadeiras do Miguel, pois vem da canção italiana Sapore di Sale e que começa assim ‘sapore di sale / sapore di mare’”, explica Tunes que, na pesquisa que vem fazendo para o personagem, toma todo o cuidado para evitar estereótipos. “Quero evitar o tipo fácil, muitas vezes escandaloso, para mostrar os dramas dessa pessoa.”

Com direção de Paulo Silvestrini, a série contará ainda com Daniele Winits, Vera Holtz e Arlete Salles, entre outros. E, mesmo ainda nem tendo iniciado as gravações, Tunes já se preocupa com o próximo projeto, outra guinada: montar o texto O Suicida, também de sua autoria e novamente sobre um tema delicado. “Enviei para o Jô Soares, na esperança de que ele dirija.”

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