Teatros independentes discutem atividade cultural em São Paulo

Movimento artístico lança iniciativa para promover aproximação com o público e viabilizar a manutenção dos espaços teatrais na capital

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colunista convidado
Por Leandro Nunes
Atualização:

Em tempos nos quais a especulação imobiliária tem afetado inúmeros coletivos, artistas lançaram nesta terça, 22, o Motin – Movimento do Teatros Independentes de São Paulo. O evento realizado na sede dos Fofos Encenam – grupo que deixara o espaço em 2013 por conta do aumento do aluguel – anunciou ações que vão de encontro a uma busca por viabilização financeira dos teatros e se aproximar em diálogo com o público presente nos espetáculos.

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Para isso, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Provokers mapeou a quantidade, localização e as atividades oferecidas por esses teatros. “Isso nos ajuda a pensar em políticas setoriais concretas”, apontou o ator, diretor e produtor Calos Meceni que integra a ação. “Em São Paulo, já existem políticas que viabilizam a produção teatral. O objetivo não é passar o pires para o Estado, mas avançar em questões com a lei aprovada de isenção de IPTU e descontos na energia elétrica”, explicou. 

Outro foco da pesquisa foi delinear a infraestrutura e identificar as forças e fragilidades. De acordo com o levantamento, mais da metade dos teatros independentes entrevistados sofre com irregularidades ou aguarda aprovação do alvará de funcionamento. 

Apresentação do Projeto Movimento dos Teatros Independentes de São Paulo - Motin na sede dOs Fofos Encenam. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

De acordo com o ator e ex-secretário municipal de Cultura da cidade Celso Frateschi: “As leis em torno disso foram criadas para grandes teatros. No Ágora, por exemplo, o espaço que deve ser reservado para carga e descarga de mercadorias ficaria maior que o próprio teatro. É preciso olhar com atenção especial”.

Outra ação relevante para este ano será a Escola de Espectadores, modelo baseado no trabalho do pesquisador argentino Jorge Dubatti. 

“Antes dos espetáculos, a plateia receberá informações a respeito da obra e sua história e, logo após, debaterá a montagem. Isso auxilia na formação cultural e na divulgação da programação”, explicou. A partir do ano que vem, o Motin também quer estrear a primeira mostra de teatro independente. Mais informações sobre a ação do grupo é possível encontrar no site www.motin.org.br

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