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Festival de Teatro de Curitiba abre com orçamento menor

Evento terá 29 espetáculos na mostra oficial

Por Maria Eugenia de Menezes
Atualização:

O maior evento teatral do Brasil começa hoje e segue até o dia 5 de abril. Em sua 24ª edição, o Festival de Curitiba continua a manter a proposta e os números superlativos que o caracterizam desde sua criação. Serão 29 espetáculos, entre eles seis estreias nacionais. E a mostra oficial permanece como uma vitrine do que se passa nos palcos do País - especialmente no eixo Rio-São Paulo. 

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Diante de tanta constância, uma diferença que se acentua nas edições recentes é o reforço da grade internacional. Tradicionalmente restrita a único título, a representação terá quatro produções este ano. É um pouco menor do que em 2014, quando foram cinco obras. Mas com a explosão da cotação do dólar, a manutenção da iniciativa soa como indicativo de que a mudança veio para ficar.

De outros países, será possível assistir a criações como A House in Asia - que passou por São Paulo no último fim de semana; Numax Fagor Plus, obra do artista catalão Roger Bernat que prescinde dos atores e cria uma nova perspectiva para o público, e Double Rite, duas versões da companhia dinamarquesa Granhoj Dans - uma feminina e outra masculina - para A Sagração da Primavera, de Igor Stravinski. 

Além das mudanças em relação à moeda estrangeira, o Festival também sofreu corte de recursos. Seu orçamento previsto de R$ 6 milhões havia sido de R$ 8 milhões, em 2013, e R$ 6,5 milhões, em 2014. “É um momento em que captar está mais difícil”, comenta o diretor da mostra, Leandro Knopfholz. 

Se há menos dinheiro, a programação necessariamente encolheu: as 29 peças da mostra oficial eram 35 no ano anterior. Uma das alternativas, porém, para se evitar ainda mais cortes foi uma mudança no modelo de produção do evento. 

Segundo Knopfholz, o calendário de montagem dos espetáculos foi alterado para reduzir os custos. Também passaram a ser privilegiadas as salas convencionais de teatro - que exigem menos adaptações e gastos do que os espaços alternativos. 

Coproduções. Outro passo atrás que se deu em relação às edições anteriores diz respeito às coproduções. A iniciativa, que foi testada em Curitiba em 2013, é um dos meios usado por grandes festivais mundo afora para garantir novo fôlego às suas programações. Recentemente a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo - MITsp valeu-se do expediente e apresentou a estreia mundial de Canção de Muito Longe, do belga Ivo Van Hove. “Coproduzir é uma maneira de definir rumos próprios e fugir das limitações do que o mercado oferece naquele momento. É uma ideia que pretendemos retomar no futuro”, observa Celso Curi, que assina a curadoria com Tânia Brandão e Lúcia Camargo. 

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Com uma seleção que engloba muito do que fez sucesso em 2014 no Rio e em São Paulo, a grade não traz muitas surpresas para quem segue o cenário de perto. Entre os destaques, Beije Minha Lápide, com Marco Nanini; Gotas D’água sobre Pedras Escaldantes, direção de Rafael Gomes; e Nômades, direção de Marcio Abreu, com Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima. Nômades Com Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima (3 e 4/4) Inevitavelmente, as atenções se voltam, ano a ano, para as criações inéditas, que farão sua estreia na capital paranaense. Nessa ala, que reúne sete títulos, pode-se esperar boas surpresas de OE, trabalho solo do ator Eduardo Okamoto sob a direção de Marcio Aurélio; de Ensaio para um Adeus Inesperado, novo texto do dramaturgo Sergio Roveri; assim como de Abnegação II - O Começo do Fim. Trata-se da segunda parte da trilogia Abnegação, projeto da companhia paulistana Tablado de Arruar que retrata um partido político que, para conseguir projetar-se nacionalmente, abraça práticas que era por ele mesmo condenadas.  DESTAQUES A House in Asia Espetáculo espanhol de Alex Serrano e Pau Palácios (25 e 26/3) Post Scriptum Estreia da peça da cia. Arnesto nos Convidou (SP), com texto de Samir Yazbek. (26 e 27/3)Double Rite Obra de dança-teatro da cia. dinamarquesa Granhoj Dans, a partir de A Sagração da Primavera (28 e 29/3)OE Solo de Eduardo Okamoto, com direção de Marcio Aurélio (30 e 31/3) Nômades Com Andréa Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima (3 e 4/4)

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