Peça estreia montagem no alto das árvores

'O Canto das Mulheres do Asfalto' interfere na raiz para negar o futuro

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colunista convidado
Por Leandro Nunes
Atualização:

“Deveriam costurar as mulheres, um mundo sem mães”. A frase do príncipe dinamarquês em Hamlet-Máquina, do dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995), expressa o ódio pelo assassinato do pai e um apelo ao fim da humanidade, insinuando como solução intervir na capacidade reprodutiva feminina. Mas e se as mulheres, por si mesmas, recusassem parir novos filhos?

O espetáculo O Canto das Mulheres do Asfalto leva a partir de hoje os desdobramentos dessa escolha para o alto das árvores no Largo do Arouche. “Não é uma violência direta, mas uma comemoração dessas mulheres que poderão viver sem precisar pensar no futuro”, explica o dramaturgo Carlos Canhameiro.

Destruição.Mulheres decidem não parir novos filhos Foto:

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A montagem é dirigida por de Georgette Fadel, que integra a Cia São Jorge de Variedades e leva o elenco para o alto das árvores. O texto compõe cantos de diferentes mulheres, em diferentes idades. “A Geogette tem grande relação com o teatro de rua e essa escolha radical das mulheres é que elas não querem mais pisarem algo que não seja vivo”, explica.

O Canto das Mulheres do Asfalto

Largo do Arouche, Santa Cecília. Sex., 19h e 21h. Sáb., 18h e 20. Gratuito.

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