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Em crise, cia. Cisne Negro comemora 38 anos com duas obras

Apresentações serão no Centro Cultural São Paulo; grupo não tem patrocínio desde 2008

Por Murilo Bomfim
Atualização:

Criada em 1977, a Cisne Negro Companhia de Dança completa 38 anos em 2015. Para marcar a data, o grupo faz três apresentações no Centro Cultural São Paulo, de hoje (22) a domingo (24), em um programa que inclui duas coreografias.

As noites são abertas com Sra. Margareth – Excertos de Monger, do coreógrafo americano Barak Marshall. Com estreia em 2013 – é o mais recente trabalho inédito da companhia –, a peça tem um enredo claro e se vale de técnicas de teatro além, é claro, da dança. Na história, um grupo de funcionários fica preso no porão da casa de uma patroa abusiva. Neste contexto, eles inventam maneiras divertidas de responder às atitudes da chefe.

'Sra. Margareth'. Peça usa técnicas de teatro e dança Foto: TOMAS KOLISCH JR./DIVULGAÇÃO

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“É um trabalho moderno, de vanguarda, que prende o público do início ao fim”, diz a diretora e fundadora da companhia, Hulda Bittencourt. “Todos entendem a história e se divertem, porque a coreografia tem seus tons de comicidade.”

Classificada por Hulda como absolutamente brasileira, Trama, criada especialmente para o companhia por Rui Moreira, encerra o programa. “Tem tudo que é nosso, com uma ginga bem brasileira”, diz a diretora, destacando as características que Moreira herdou, provavelmente, dos 13 anos em que dançou no mineiro Grupo Corpo.

As apresentações de domingo, 24, serão acessíveis a deficientes visuais porque será usado um sistema de audiodescrição, com detalhes sobre figurinos, cenários e linguagem corporal.

Crise. Apesar de a Cisne Negro estar se encaminhando para os 40 anos, atualmente não há tantos motivos para comemorações. Após perder o patrocínio da Petrobrás, em 2008, a companhia não teve mais auxílio do governo. “A situação está péssima para nós e para todo mundo”, afirma Hulda. “O Sesc e o Sesi têm comprado espetáculos, mas isso não é suficiente. Precisamos de mais apoio.” Segundo a diretora, para que a companhia mantenha uma vida modesta são necessários, pelo menos, R$ 100 mil mensais.

Hulda não quer pensar sobre o futuro da Cisne Negro. “Vivo o dia a dia. Amanhã, resolvo se devo tomar alguma atitude. Temos que dançar conforme a música e esperar os acontecimentos.” É otimista, no entanto: “Pior do que está, acho impossível” 

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